Geografia – Ascensão e queda da União Soviética

A União das Republicas Socialista Soviética, em sua fase de maior expressão após a guerra, chegou a ser composta por quinze republica e a ocupar um território de 22,4 milhões de quilômetros quadrados, englobando cerca de 290 milhões de habitantes.

As origens da União Soviética remontam desde o século XVI, quando o Czar Ivan IV conquistou parte da Sibéria, dando inicio ao processo de expansão russo. Mas a União Soviética ficou mesmo estruturada em 1922, após vitória das bolcheviques, na revolução de outubro de 1917.

No governo de Josef Stalin (1924-1953), a União se consolidou politicamente sob um regime de partido único centralizado e autoritário. Assim, foi substituída uma ditadura czarista, por uma ditadura da burocracia dos PCUS (Partido comunista da União). Os burocratas, a maioria russos, que realmente controlavam o destino do país.

A economia passou a ter forte influência do Estado, sendo a maioria dos meios de produção controlados por ele. Os planos elaborados pela Gosplan – órgão de planejamento central – visavam uma quantidade e não qualidade dos produtos.

Sob essa economia estatal planificada a União Soviética passou a ter posição elevada na economia mundial. Tornando-se também, uma superpotência nuclear e aeroespacial, se tornando rival dos Estados Unidos. Apesar das ideologias contrarias aos soviéticos, a economia cresceu rapidamente e avançou em termos tecnológico e militar.

Até o período em que o mundo era guiado pelos padrões impostos na segunda Revolução Industrial, a economia dos soviéticos ia bem. Enquanto os índices de produção e competitividade tinham como referência às industrias que surgiram na segunda Revolução Industrial, a União Soviética estava em igualdade com os países capitalistas.

Os planejadores soviéticos, até a década de 70, davam prioridade às indústrias de bens de produção, e investiam na infra-estrutura necessária para ajudar no processo de industrialização. No terceiro plano qüinqüenal, quando o país entrou em guerra (1938-1944), deu-se prioridade a industria Bélica, estimulando o deslocamento industrial para o leste. Os planos após a guerra foram direcionados para recuperar a economia e a reconstrução das indústrias destruídas pela guerra. Logo continuaram colocando em foco o poder bélico e o setor industrial pesado, no contexto Guerra-fria.

 

DECADÊNCIA DE UMA POTÊNCIA

Numa época em que do iniciava a terceira Revolução Industrial, os países capitalistas desenvolvidos, principalmente EUA e Japão, investiam grandemente em pesquisa e desenvolvimento e melhora da qualificação da mão-de-obra. O capitalismo entrava no período técnico-científico, em quedava-se novas tecnologias, como a robótica, informática e técnica de miniaturização. A União Soviética, por outro lado continuava com o mesmo ritmo, não passou a investir mais na técnica de produção, por isso não conseguiu competir com os países capitalistas desenvolvidos. A partir da década de 70, ficou evidente até mesmo aos soviéticos que a superpotência estava perdendo sua força. Era um império apenas em sentido bélico, pela sua capacidade de destruição em massa. Seu setor industrial não era capaz de produzir produtos em quantidade nem mesmo para os próprios soviéticos. As filas enormes já faziam na vida da população e o descontentamento aumentava.

Era importante e necessário implantar reformas políticas e econômicas, além de fazer concessões aos separatistas.

Com a campanha dos republicanos na década de 80, foi eleito Ronald Reagan, como novo presidente dos Estados Unidos, e ele prometeu triplicar o orçamento destinado para a defesa. Visto que a União Soviética não tinha condições de continuar com a corrida armamentista, foram necessários os acordos de paz entre as duas potências.

Nesse período chegou ao cargo de secretário-geral do PCUS Mikhail Gorbatchev, posição mais alta na estrutura de poder da extinta União Soviética. Esperava-se dele recolocar o país no mesmo patamar tecnológico do mundo ocidental e aumentar a oferta e a qualidade dos produtos para a população. Era importante atrair investimentos estrangeiros e firmar acordos com empresas ocidentais.

Gorbatchev propôs uma reestruturação da economia soviética, chamado de Perestroika. Mas para o sucesso da Perestroika, seriam necessário reformas no sistema político-administrativo. Era preciso por fim a ditadura erigida na era Stalin. E também, por fim a corrida armamentista. Gorbatchev sempre tomou a iniciativa para a assinatura de acordos de paz, e esses acordos eram precisos para ter as condições políticas e econômicas necessárias para implantação de suas reformas.

Um novo passo foi dado, a glasnost, que foi uma nova fase de transparência política. Deu-se inicio, assim, uma abertura política na União Soviética. Com isso, vários grupos nacionalistas começaram a reivindicar autonomia em relação à Moscou. Antes, durante a existência da União Soviética, as minorias eram oprimidas pelos russos, foram controlados pela força bruta e pelo controle ideológico.

Assim, ao primeiro sinal de relaxamento na denominação, surgiram vários movimentos separatistas. As republicas bálticas foram as primeiras, declarando sua independência. Depois os ideais de liberdade espalharam-se pela Ásia Central, e outras regiões, levando a fragmentação total da anterior superpotência.

 

A SUPERPOTENCIA CHEGA AO FIM

Gorbatchev, já estava sendo pressionado pela crise econômica e pelo fracasso da Perestroika, teve de tentar amenizar as pressões dos separatistas. Tentando manter a união territorial do país, propôs acordos com as republicas, concedendo-lhes maior autonomia no âmbito de uma renovada federação. Mas os comunistas conservadores não admitiam que a União Soviética fosse rumo a se tornar uma confederação. Um dia de o acordo firmado entre Gorbatchev e representantes das republicas entrar em vigor, os comunistas ortodoxos, deram um golpe de Estado, sob a liderança de Guenedi Ianaev. A tentativa golpista, durou de 18 a 20 de agosto de 1991, e fracassou por falta de apoio popular, por divisões no PCUS e nas forças militares e pela resistência liderada por Boris Yeltsin, presidente eleito da Rússia. Aproveitando-se dessa crise, os países bálticos proclamaram sua independência política.

Com a tentativa de golpe, Gorbatchev foi reconduzido ao poder, tendo o apoio de Boris Yeltsin. Mas o poder central foi enfraquecendo. Uma a uma, as republicas proclamaram sua independência política. O golpe fatal veio em dezembro de 1991, quando a Rússia também proclamou a sua independência, acabando de vez com a outrora superpotência. Em 9 de dezembro de 1991, um encontro de presidentes da Rússia, da Ucrânia e da Belarus, em Minsk, marcou o fim da União Soviética, e surgiu a CEI (Comunidade de Estados Independentes), vários das antigas repúblicas soviéticas abriram a CEI.

Com o surgimento da CEI, várias mudanças ocorreram. Elas foram maiores no plano político. O poder foi descentralizado e, a democracia foi consolidada nos países independentes. O cargo mais importante de poder agora é o de presidente da Republica, que governa com o parlamento. Eles são eleitos diretamente por voto popular em cada um dos vários países.

O ultra-reformista, Boris Yeltsin, foi eleito o presidente da Rússia, e na verdade o grande vencedor nessa historia, pois a Rússia era a mais importante das ex-republicas Soviéticas e a herdeira da antiga superpotência, que passou a ocupar o lugar que pertencia a União Soviética como membro permanente do conselho de segurança de ONU.

Boris Yeltsin foi apoiado pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais porque, era o político que mais contribuiu com mudanças rápidas e profundas em direção a economia ocidental.

Yeltsin com o tempo deu demonstrações de seu autoritarismo, em dezembro de 1993 ele fundou o parlamento Russo. Esse ato foi uma reação aos empecilhos colocados ao projeto ultra-reformista não só pelo parlamento, mas também pela própria constituição. Quando tomou essa atitude, Yeltsin buscou tirar os empecilhos que dificultavam suas reformas, tendo sido apoiado pelos Estados Unidos e países europeus.

Boris Yeltsin convocou eleições em dezembro de 1993, mas não foi bem sucedido nas urnas, embora tenha conseguido aprovar em plebiscito a nova constituição, que lhe seu mais poderes.

Em novas eleições parlamentares, realizados em 1995, o grande vencedor foi o partido comunista. Isso foi reflexo do descontentamento da população com a longa crise. Assim os partidos reformistas diminuíram sua representação no parlamento.

A Rússia, assim como os outros países que entregavam a extinta União Soviética, começaram entrar em um período delicado. Desmontaram a economia planificada, mas não conseguiram criar algo sólido para substituí-la. Com isso, a crise se agravou.

Os russos começaram a variar com algo que não estavam acostumados: a miséria. A economia russa diminuiu mais nesse período do que a norte-americana durante a crise de 29. O capital estrangeiro, que era a esperança de salvação econômica, não estava entrando no país, devido à instabilidade econômica e política.

Uma coisa é certa, os movimentos separatistas continuam na Rússia, mas a União Soviética foi extinta.

 

Exercício

Responda

1) O que é a CEI?

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2) Em que ano e como se consolidou a União Soviética?

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3) A partir de que década os soviéticos passaram a perder forças, e por que?

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Gabarito.

1) A CEI foi formada em dezembro de 1991, e é composta de ex-republicas soviéticas. Significa Comunidade de Estados Independentes. Esses países mantêm um vínculo econômico, militar e político entre si.

2) A superpotência se estruturou em 1922. Sob o governo de Josef Stálin se estruturou politicamente, tendo um partido único centralizado e autoritário; o Partido Comunista da União Soviética controlava o destino do país. A economia passou a ter forte influencia do Estado, eles optaram por uma economia estatal e planificada.

3) A partir da década de 70, os soviéticos começaram a perceber que sua economia socialista estava perdendo forças em frente à economia capitalista. Os Estados Unidos e Japão começaram a investir na robótica e pesquisas para melhorar e aumentar a produção de seus produtos, enquanto a União Soviética continuava no mesmo ritmo, com produtos de qualidade inferior. A pobreza começou a fazer parte da vida da maioria dos soviéticos.

Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia020.asp

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