Geografia – Brasil e seu processo industrial

No mercado colonial, existia no Brasil uma ocupação de exploração territorial, onde prevalecia a monocultura de produtos para exportação, que era realizada com a utilização de mão-de-obra escrava. Nessa época, a maior parte ou quase todo, dos lucros era enviados para os cofres de Portugal, que procurava garantir sua fonte de renda nas Américas.

Na segunda metade do século XVIII, houve a passagem do capitalismo comercial para o industrial, mas isso em nada mudou nas economias do Brasil e Portugal. Nesse período qualquer tentativa de implantar indústrias no país, era impedida pela metrópole.

A Coroa de Portugal tentara impedir o surgimento de uma elite econômica que reivindicasse a independência e, ainda, garantir que somente Portugal vendesse produtos britânicos na colônia; garantindo elevados lucros.

Com a chegada da família real, em 1808, a política de restrições a industrialização foi revogada, mas a concorrência com os produtos britânicos continuou sendo um empecilho para o crescimento da industria brasileira. Foi somente em 1844, com a Tarifa Alves Branco e a criação de taxas médias de importação de 44%, que aconteceu o primeiro surto industrial no país. Mas, foi somente a parti da primeira guerra mundial que o país passou por um significativo processo de desenvolvimento industrial.

O setor terciário apontava índices de crescimento econômico superior aos verificados nos setores primário e secundário. É no setor terciário que circula toda a produção dos outros dois setores. Mas, com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, houve a crise do café, aqui no Brasil. A parti de então, o setor secundário passou a apresentar índices de crescimento superiores aos do setor primário.

 

CRISE DO CAFÉ E SUA INFLUÊNCIA NA INDUSTRIALIZAÇÃO

Com a crise de 1929, e a conseqüente diversificação da população agrícola, terminou o ultimo ciclo monocultor. A economia mundial entrou em sério aperto, que levou ao fim do ciclo do café na região do Sudeste e trouxe crises na exportação de cana-de-açúcar, cacau, tabaco e algodão na região Nordeste. Essa queda repentina na produção se explicava pelas dificuldades de exportação.

Da mesma forma que estava difícil exportar, estavam sendo prejudicadas as importações de bens de consumo duráveis e não-duráveis.

O ciclo do café deixou como herança uma infra-estrutura básica para a implantação da atividade industrial. Os barões do café eram os detentores de uma enorme quantia de capital aplicado no sistema financeiro, assim, os bancos funcionaram como agentes financiadores da instalação de novas industrias no Brasil, repassando o dinheiro depositado pelos barões aos empreendedores industriais. Existia também, grande disponibilidade de mão-de-obra, que foi liberada dos plantios de café, e boa produção de energia elétrica. Havia, também, um dos fatores mais importantes, o mercado estrangeiro caiu.

Com todos esses fatores, começou a surgir à industrialização, principalmente em São Paulo, depois nos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A maior parte das industrias implantadas era de bens de consumo, com destaque para os de bens não-duráveis, como as alimentícias e têxteis. O governo comandava uma política de substituição, visando um superávit cada vez maior na balança comercial.

 

GOVERNO GETÚLIO VARGAS

De 1930 a 1956, a industrialização no Brasil se caracterizou por explícita intervenção estatal.

Na revolução de 1930, foi empossado Getúlio Vargas como presidente, assumindo o poder durante a crise econômica mundial de 1929. Com a crise, o pensamento capitalista de que o mercado deveria agir livremente para promover um maior desenvolvimento e crescimento econômico, foi mudado para o pensamento de que o estado poderia diretamente na economia, evitando novos sobressaltos.

Essa prática de intervencionismo estatal na economia é conhecida por keynesianismo.

Em 1934, Getúlio Vargas promulgou uma nova constituição, que beneficiavam o trabalhador, destacando-se a criação do salário mínimo, as férias remuneradas e o descanso semanal remunerados. Vargas, com o apoio das elites agrárias e industriais, conseguiu aprovar uma nova Constituição em 1937, que o manteve no poder como ditador até o fim da Segunda Guerra Mundial.

Esse período na produção industrial, devido a falta de oposição eficiente e a manipulação das notícias através da forte censura aos meios de comunicação. Essa intervenção estatal ocorreu no setor de base da economia. E graças a essa intervenção, houve um grande crescimento da produção industrial.

Durante a segunda guerra mundial, as industrias dos setores de metalurgia, borracha, transportes e minério não-metálicos conseguiram grandes índices de crescimento, pois produziam os principais produtos que o Brasil enviava as tropas aliadas no conflito.

Após a disposição de Vargas, em 1946, assumiu a presidência o General Eurico Gaspar Dutra, que instituiu o Plano Salte, dirigindo investimentos aos setores de Saúde, alimentação, transportes, energia e educação.

O saldo positivo na balança comercial, obtido durante a Segunda Guerra Mundial, foi queimado no decorrer do governo Dutra, com a importação de máquinas e equipamento para a industria mecânicas e têxteis, havendo o requipamento do sistema de transportes.

Em 1950, Vargas voltou ao poder, mas dessa vez eleito pelo povo. Passou a enfrentar novos empecilhos para o crescimento econômico: deficiências nos sistemas de transportes, comunicação, produção de energia, petróleo. Mas, apoiado por um movimento nacionalista popular, Getulio criou a Petrobrás, a Eletrobrás e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, inaugurados em 1953.

 

EXERCÍCIO

1) O Brasil faz parte de um grupo de países considerados industrializados. Mas em que isso mudou para a maior parte da população?

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2) No período colonial, o que impedia o Brasil de se industrializar?

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3) Como a crise de 29 afetou a economia brasileira?

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Gabarito

1) O país atingiu um patamar significativo de crescimento econômico, mas a maior parte da renda continua em visões de poucos, as condições do subdesenvolvimento continuam castigando a população. A maior parte da população fica excluída dos benefícios do crescimento econômicos.

2) Nessa época o território era explorado, com uma ocupação assentada na monocultura de produtos tropicais para exportação. A maior parte da renda ficava nas mãos das metrópoles portuguesas. Além do mais, a Coroa portuguesa não permitiu a criação de industrias. A população era praticamente obrigada a comprar produtos britânicos.

3) Com a crise de 29, terminou o ultimo ciclo monocultor de exportação. Com o fim do ciclo do café, foi implantada toda a infra-estrutura necessária ao impulso da atividade industrial. O dinheiro depositado pelos barões do café foi apenas repassada pelos bancos financeiros a nova industria do Brasil. Também, havia disponíveis os trabalhadores liberados dos cafezais, além de sua boa produção de energia. Visto que a crise também afetou as importações, as industrias nacionais ganharam mercado consumidor. Todos esses fatores contribuíram para o crescimento econômico e industrial do país.

Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia021.asp

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