Geografia – Relevo e Solo

As formas de relevo

Pode-se dizer que o relevo é toda forma assumida pelo terreno (montanhas, serras, depressões, etc.) que sofreu mudanças com os agentes internos e externos sobre a crosta terrestre. Os agentes externos são chamados também de agentes erosivos (chuva, vento, rios, etc.) eles atuam sobre as formas definidas pelos agentes internos. As forças tectônicas (movimentos orogenéticos, terremotos e vulcanismo) que se originam do movimento das placas tectônicas são os agentes internos.

A altitude do relevo é medida com referência no nível do mar, em metros.

O relevo em função das altitudes e dos planos, pode se apresentar nas formas de: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

 

Montanhas

Possuem as maiores altitudes do relevo terrestre. Essas elevações quando isoladas constituem, os montes, colinas; quando estão agrupadas, constituem as serras, cordilheira e maciço.

As montanhas podem ser recentes e apresentarem as seguintes características:

– grandes altitudes;

– picos abruptos;

– atividade vulcânica intensa;

– datam geralmente do período Terciário da Era cenozóica;

As montanhas velhas apresentam características como:

 – pequenas altitudes;

– formas arredondadas;

– formadas na Era Arqueozóica, Proterozóica ou Paleozóica;

Planalto

 É uma forma de relevo com área irregular e altitude superior a 300 metros. São relativamente planos ou inclinados.

 O planalto é resultante de processos erosivos. Nas bordas dos planaltos geralmente aparecem as “escarpas”, que são chamadas de serras.

 Mas ao contrario do que se pensa, não é a altitude que determina os planaltos, mas si, o predomínio do processo de erosão.

Planície

 É uma forma de relevo plana ou pouco inclinada, pouco acidentada, predominando a acumulação de sedimentos. As planícies podem ser:

 – costeira, quando resulta do levantamento da plataforma continental.

– aluviais, resultado da acumulação de sedimentos feitos pelos rios.

– de piemonte, quando é formada na parte baixa entre as montanhas.

Depressões

 É uma parte do relevo mais plana que o planalto, com suave inclinação e altitude entre 100 e 500 metros. Podem ser:

 – depressão absoluta: as altitudes são inferiores ao nível do mar.

– Depressão relativa: suas altitudes são inferiores as do relevo ao seu redor, seja uma chapada, planalto ou outro.

 

* cada cor do mapa representa uma forma de relevo no Brasil

Relevo submarino

 Neste tipo de relevo podemos diferenciar:

Plataforma continental

 É a estrutura geológica continental abaixo do nível do mar. Apresenta uma profundidade razoável, contribuindo para que se desenvolva vegetação marinha e conseqüentemente o desenvolvimento de atividade pesqueira. Com o passar do tempo, as depressões do terreno da plataforma continental tornam-se bacias sedimentares de grande importância para a exploração de petróleo no oceano.

Talude

 Onde ocorre o encontro da crosta continental com a crosta oceânica, com inclinação de profundidade que podem chegar a 3mil metros.

Região pelágica

 É o relevo submarino onde encontramos depressões, montanhas tectônicas e vulcanismo. Podendo atingir a 6 mil metros abaixo do mar.

Agentes esculturais

 São os fenômenos de grande importância na transformação do relevo terrestre. São chamados de agentes de erosão ou esculturais.

 Fatores como: tipo de relevo, natureza das rochas, das águas, presença do homem ou animais e clima, influenciam na intensidade das ações desses agentes esculturais.

 Esses fenômenos tem ação lenta, mas constante. São fenômenos da atmosfera, biosfera e hidrosfera.

Intemperismo

 Ação dos agentes físicos, químicos e biológicos, separando e decompondo as rochas.

 O intemperismo físico é a desagregação das rochas por agentes físicos e biológicos.

 A temperatura do ar e a água são gentes físicos. Por exemplo: as rochas estão superaquecidas, pelo calor do sol, daí são resfriadas bruscamente pelas chuvas, dessa forma ocorre a desagregação das rochas. Isto ocorre intensamente nas regiões de clima áridos, aonde predomina rochas sedimentares detríticas.

 Exemplo de intemperismo físico causado por um agente biológico: o crescimento de raízes grandes (mangueira) causa ondulações no terreno podendo comprometer algumas edificações.

 O intemperismo químico é a decomposição das rochas por agentes químicos e biológicos, por exemplo, formação das cavernas.

 A matéria orgânica produz substâncias que causam a decomposição das rochas, é portanto, um exemplo de intemperismo químico.

Solo

 É o resultado da ação do intemperismo nas rochas. Todo solo tem condições de vida vegetal, pois adquire porosidade e como decorrência, há penetração de ar e água.

 O solo, portanto, é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica que formam um manto de intemperismo que recobrem superficialmente a crosta terrestre.

Tipos de solos

 Expostas as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha produz um tipo de solo diferente; mas de acordo com a origem podemos classificar:

 – eluviais: quando formados pela alteração da rocha que se encontra abaixo, quer dizer, o solo foi formado no local onde se encontra. Ex. terra-roxa.

 – aluviais: são formados pela ação dos agentes naturais de transporte (rios, vento, etc.) Ex. solos de várzea.

 – orgânicos: são formados a partir de matéria orgânica, por isso são férteis e tem alto valor agrícola. Ex. solos humíferos.

 Quanto a estrutura os solos podem ser: argilosos, arenosos ou argilo-arenosos.

 Os solos de clima tropical sofrem grandes problemas com a erosão, lixiviação e a laterização.

 A laterização é o surgimento de uma crosta ferruginosa, formada pela decomposição das rochas com precipitação dos óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro, que acaba com a fertilidade do solo. A lixiviação é a lavagem da parte superficial do solo, onde se encontra os nutrientes, e retirada dos sais minerais hidrossolúveis, empobrecendo o solo.

 No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal agente erosivo. Para combater a erosão superficial é preciso manter o solo recoberto por vegetação ou quebrar a velocidade do escoamento utilizando a técnica de cultivo em curvas de nível.

Erosão e acumulação

 A erosão é o desgaste das rochas e do solo feito pelas águas, ventos, animais e o homem.

 Em toda erosão, segue-se o transporte e a acumulação dos sedimentos retirados. Em geral, a erosão é mais freqüente nos lugares altos e a acumulação nos baixos.

Erosão e acumulação em regiões geladas

 Ocorre quando grandes blocos de gelo se desprendem e descem montanha abaixo, formando grande vales.

 Todo gelo, neve e sedimentos das rochas que são levados pelos blocos de gelo ficam acumulados nos sopés das montanhas formando as morainas.

 Fjords – são golfos fundos e estreitos, bem comum no litoral norueguês, eles se formam quando os vales, cavados pela ação do gelo, são invadidos pelas águas do mar.

Erosão e acumulação eólica

 A erosão através do vento é bem comum, e pode fazer formas bastante pitorescas, como em formas de ‘taças’ e ‘cogumelos’.

 O vento pode criar varias formas de relevo através de acumulação de areia, como as dunas. Estas surgem bem freqüentemente em praias e desertos, aonde a areia é abundante.

 A erosão eólica pode ser:

 – deflação: os ventos varrem as areias.

– corrosão: fazendo um certo lixamento, atirando partículas contra um obstáculo.

Erosão marinha

 Age tanto no sentido de construir como de destruir as formas de relevo. Praia é um exemplo do primeiro caso.

 – restinga: é a acumulação feita nas entradas das baías, formando-se lagoas costeiras.

 – recife: acumulação de carapaças de animais marinhos, antigas praias e restingas que se consolidaram em rocha sedimentar, próxima à praia, diminuindo a ação das ondas. O recife pode ser de origem arenosa ou de coral (biológica).

 – ilhas oceânicas: são geralmente de origem vulcânica ou cumes do relevo submarino (como se fossem montadas em alto mar). Aparecem em meio oceano, sem ligação direta com o continente.

Ação dos animais e do homem

 Muitos animais, como tatus, fazem buracos fundos e a areia removida fica acumulada junto as suas tocas. Eles também são modificadores do relevo.

 O homem age como modificador do relevo de uma maneira mais ampla e intensa.

 O homem constrói túneis, destróis montanhas com dinamite, aterra lagos e pântanos. O resultado desse trabalho nem sempre é positivo. O homem na maioria das vezes destrói o natural sem pensar nas conseqüências e acaba colhendo resultados desastrosos.

 O desmatamento elevou os índices do processo erosivo. Por causa disso, as enxurradas escavam vários buracos que crescem e ameaçam as edificações em muitas cidades.

Exercícios

 Marque a resposta certa:

 1) Qual desses abaixo, não é um agente interno:

 a) terremoto

b) chuva

c) vulcanismo

d) movimentos orogenéticos

2) Uma forma de relevo com área irregular, e relativamente plana e inclinada, é o que chamamos de:

 a) montanhas

b) litoral

c) planalto

d) planície

3) Quando uma depressão tem altitude inferior ao nível do mar chamamos de:

 a) agentes esculturais

b) pequena depressão

c) piemonte

d) depressão absoluta

4) Fenômenos de ação lenta, mas de grande importância na transformação do relevo, dá-se o nome:

 a) agentes esculturais

b) agentes internos

c) agentes culturais

d) agentes físicos

5) A ação dos agentes físicos, químicos e biológicos, separando e decompondo as rochas, dá-se o nome de:

 a) metamorfismo

b) intemperismo

c) erosão eólica

d) sedimentação

Responda:

 6) O que é relevo, e de que forma se apresenta?

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7) Descreva os problemas que podem surgir com o solo.

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Gabarito:

 1) b

2) c

3) d

4) a

5)b

6) O relevo é toda forma assumida pelo terreno através de mudanças sob a ação dos agentes internos e externos. Pode-se apresentar em forma de montanhas, planalto, planície e depressão.

7) O solo pode sofrer vários problemas com a erosão que é o desgaste do solo através do vento, homem, etc. Laterização que é o surgimento de uma crosta ferruginosa que acaba com a fertilidade do solo; e a lixiviação que é uma lavagem de todos os nutrientes na parte superficial do solo.

Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografiafisica002.asp

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