100 dias sem picanha e cerveja

Lula reuniu seus ministros no Palácio do Planalto para cobrar-lhes resultados concretos de uma gestão que dobrará o marco dos 100 dias com imagem já bastante desgastada. No encontro, foi feito um balanço de vários projetos, que serão embalados num “pacotão de boas notícias” a ser apresentado à sociedade no dia 10.

Segundo noticiaram na Jovem Pan as repórteres Katiuscia Sotomayor e Luciana Verdolin, integram a lista os reeditados PAC, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Mais Médicos, Pronasci e Água Para Todos, além de investimentos em saneamento e educação, bem como linhas de crédito para o agricultor médio.

O discurso, a ser repetido em todas as plataformas, é de que até agora o governo se dedicou a coletar informações em cada ministério e retomar projetos que estavam parados — sim, parece que não saímos do período de transição.

“Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, quando as pessoas começarem a comprar mais, começarem a vender mais. A gente vai perceber que a economia vai dar um salto importante”, foram as palavras do presidente da República, no início do encontro.

Com a missão de manter a moral da tropa em alta, Rui Costa disse à imprensa que Lula está otimista e fez uma leitura particular do Datafolha, alegando que houve “migração” de votos de quem avaliava o governo como ruim para regular.

Mas o índice de reprovação (29%) é três vezes o que o petista ostentava no início do primeiro mandato, em 2003.

A pesquisa mostra que, ao contrário de Lula, o brasileiro está bem pessimista com os rumos da economia (35%), sendo que 54% acredita que a inflação vai aumentar — faltou perguntar sobre o que o cidadão acha do iminente aumento de impostos.

Até agora, a picanha e a cerveja, oferecidas pelo PT como cardápio eleitoral, seguem ausentes da mesa do trabalhador.