Segundo estudo, apenas 20% dos contratados para cargos de TI no Brasil são mulheres

Um estudo inédito da Laboratória, feito em parceria com a McKinsey & Company, revelou que apenas 20% das contratações feitas para cargos de tecnologia no Brasil são de mulheres. Segundo o levantamento, a falta de diversidade nesse segmento pode trazer retrocessos em esforços de inovação e na própria competitividade das empresas.
A pesquisa foi feita com mais de 300 empresas de tecnologia em cinco países da América Latina – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México. Foram usados dados de processos seletivos, análises de cargos e entrevistas com gestores de tecnologia e recursos humanos.
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“Com esse número, dificilmente conseguiremos avançar na pauta para termos uma sociedade mais equitativa e com mulheres ocupando espaços de liderança”, alerta em comunicado Regina Acher, cofundadora da Laboratória no Brasil.
O estudo também indica que as mulheres enfrentam barreiras substanciais para crescer no setor na América Latina, especialmente em posições de liderança. No Brasil, menos de 30% das posições de alta gerência no setor tecnológico são ocupadas por mulheres. Na Colômbia, são 35%, e no México 25%.
Barreiras e avanços
Embora as taxas de contratação de mulheres sejam semelhantes às dos homens quando elas chegam à fase de entrevistas, o número de candidatas que alcançam essa etapa ainda é muito menor. Entre os fatores limitantes estão a ausência de políticas ativas de equidade de gênero em processos seletivos e falta de suporte em momentos como licença-maternidade.
O estudo também aponta que áreas como análise de dados e desenvolvimento de software têm despertado um interesse crescente entre mulheres, mas a inclusão nos processos seletivos permanece um desafio. Além disso, as mulheres recebem, em média, 24% menos que os homens nos mesmos cargos, disparidade ainda maior para as posições de liderança.
Apesar dos desafios, o estudo destaca iniciativas positivas. Empresas no Brasil estão adotando políticas de diversidade, como programas de mentoria, apoio à equidade salarial e processos de recrutamento focados na inclusão. Essas ações estão ajudando a reverter o cenário e criando ambientes inovadores, dizem os autores do relatório, embora ainda sejam exceções.
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