3 lições que aprendemos sobre IA e habilidades com especialistas

As habilidades necessárias no mercado de trabalho estão mudando rapidamente, com quase metade (44%) das competências principais dos trabalhadores previstas para serem transformadas até 2027, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF). A principal causa dessa mudança é o avanço tecnológico, especialmente a inteligência artificial (IA), que está automatizando 42% das tarefas empresariais e forçando empresas e trabalhadores a reavaliarem suas necessidades de qualificação.
Essas questões foram discutidas na sessão Skills in the Age of AI, realizada no Annual Meeting of the Global Future Councils em Dubai. Especialistas como Nela Richardson (ADP), Stuart Russell (UC Berkeley), Jo O’Driscoll-Kearney (Majid Al Futtaim Holding) e Abdallah Abu-Sheikh (Astra Tech) analisaram o impacto da IA no mercado de trabalho e debateram estratégias para ajudar trabalhadores e organizações a permanecerem relevantes em um cenário de rápidas transformações. Confira as principais conclusões do painel.
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Empregos serão criados, transformados e melhorados
IA vai automatizar tarefas repetitivas e liberar tempo para atividades mais criativas. Abdallah Abu-Sheikh, CEO da Astra Tech, destacou: “A IA assumirá principalmente trabalhos repetitivos. Isso deixará as pessoas com mais tempo para outras coisas”.
Jo O’Driscoll-Kearney, da Majid Al Futtaim Holding, complementou: “A IA não vai tirar nossos empregos, ela vai tirar os empregos de quem não entende de IA.” Para aproveitar essas oportunidades, a força de trabalho precisará se requalificar e desenvolver novas competências.
Stuart Russell, professor da Universidade da Califórnia, Berkeley, indicou que o ritmo de mudança é debatido: enquanto alguns acreditam que sistemas de IA superinteligentes podem surgir até o final da década, ele sugere que isso pode levar pelo menos 20 anos.
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Habilidades interpessoais serão indispensáveis
Os especialistas ressaltaram que soft skills serão essenciais na era da IA. Isso está alinhado com o relatório Future of Jobs 2023 do Fórum Econômico Mundial, que identificou que 7 das 10 habilidades mais demandadas até 2027 são interpessoais.
Habilidades como consciência cultural, sensibilidade e capacidade de adaptação foram destacadas. Abu-Sheikh apontou: “As pessoas que se saem melhor não são necessariamente as mais instruídas, mas as mais adaptáveis.”
As empresas precisam ajudar nesse processo de aprendizado, como mencionou O’Driscoll-Kearney: “Estamos explorando formas inovadoras de oferecer aprendizado, encontrando os alunos onde eles estão e onde podem estar.”
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Educação precisa reagir mais rápido à IA
A rápida evolução tecnológica está desafiando o sistema educacional, que muitas vezes não acompanha o ritmo. Abu-Sheikh comentou: “Quanto melhor a tecnologia fica, mais a educação formal parece ficar para trás”.
Russell concordou, observando que “a academia é notoriamente lenta para mudar”. Ele também propôs soluções criativas, como incentivar alunos a usar IA para criar conteúdo, mas avaliá-los pela capacidade de melhorar as respostas geradas por sistemas como ChatGPT.
Além disso, Russell destacou que a IA pode beneficiar países mais pobres ao oferecer educação personalizada. “A IA pode atuar como um tutor, incentivando o pensamento crítico e reduzindo os custos educacionais”, revelou.
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