4 desafios que empresas enfrentam ao adotar IA e como resolvê-los

A inteligência artificial (IA) tem transformado o mercado nos últimos anos, sendo um ponto-chave para o ganho de agilidade e competitividade nas empresas. Sua adoção segue crescendo. Uma pesquisa da IBM, divulgada em setembro de 2022, indicou que a adoção global da tecnologia cresceu de forma constante em âmbito global. No Brasil, 41% das empresas indicaram que adotaram ativamente a IA.

Esse cenário tem colocado cada vez mais as soluções de IA na mira de boa parte das lideranças. Entretanto, Oswaldo Maurício Neto, head de tecnologia da Invillia, destaca que, muitas empresas, na pressa de se adequar ao mercado e avançar na corrida tecnológica, acabam se precipitando nas implementações, não aproveitando os investimentos de maneira assertiva.

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“Estamos saindo da fase de adotar IA por adotar – algo que as empresas estavam fazendo apenas para não ficar para trás em relação à concorrência. Em muitos casos, isso demandava esforços em áreas que não faziam sentido para os negócios, não gerando o retorno que as companhias estavam esperando”, explica o especialista.

Na visão do executivo, há, pelo menos, quatro pontos fundamentais que devem ser levados em consideração para obter o sucesso da implementação da tecnologia – principalmente, no desenvolvimento de plataformas digitais ou aplicativos. Confira quais são eles na lista abaixo.

1. Definição do objetivo

Um erro bastante comum cometido pelas empresas é não compreender qual é o principal desafio que elas querem solucionar por meio da IA. A falta de entendimento sobre as necessidades do negócio faz com que, sozinha, a solução não consiga resolver determinados problemas, mesmo que a tecnologia aplicada seja de última geração.

“Ter clareza sobre o que é necessário resolver com o uso de IA é o fio condutor para o desenvolvimento de um projeto. Nem sempre ela vai ser a tecnologia recomendada para uma determinada necessidade, por exemplo. Ou, então, ela precisará ser adotada diante de metodologias específicas ou acompanhada de outras soluções. Tudo isso só é possível saber a partir da definição do objetivo”, ressalta Neto.

2. Disponibilidade e qualidade de dados

Outro fator que tem se mostrado desafiador é a qualidade dos dados e, além dela, o volume de informações disponíveis. Neto explica que, ao adotarem essas tecnologias de forma rápida (em muitos casos, apenas para se adequar à concorrência), as companhias têm definido objetivos nos quais elas não têm dados o suficiente para construir um projeto robusto.

Ele esclarece que os dados são a base para todas as soluções de IA, pois alimentam os algoritmos que constroem a inteligência como um todo. Por isso, o sucesso da sua aplicação se baseia na qualidade e no volume desses itens. “Para que a jornada dê certo, as empresas precisam investir fortemente nos dados. Isso permite que seja possível treinar cada modelo para que, quando acessado pelo consumidor final, ele seja adequado, seguro e capaz de receber milhares de acessos ao mesmo tempo”, afirma Maurício Neto.

3. Especialização de mão de obra

O especialista lembra ainda que boa parte do desenvolvimento de soluções de IA é feito, principalmente, por cientistas, matemáticos e profissionais de estatística. “Muitos profissionais da área acabam tendo sua formação bastante dedicada à tecnologia. No entanto, para trabalhar com inteligência artificial, em muitos casos, é preciso ter esse background científico. Isso porque é um segmento que exige teorias, testes e melhorias até chegar ao produto final.”

Portanto, na visão dele, encontrar profissionais qualificados ou promover oportunidades de especialização tem sido um dos desafios do mercado e é algo que tende a ganhar mais espaço nas discussões do avanço da IA. Além da qualidade tecnológica, do objetivo definido e da disponibilidade de dados, o time especializado é um fator-chave no desenvolvimento dos produtos digitais.

4. Parceiros digitais

Com a percepção sobre os benefícios e o que precisa ser melhorado no segmento de IA, o especialista reforça que, para obter o sucesso desejado, é essencial que as empresas busquem o melhor parceiro para ajudá-las a desenvolver seu produto digital. Seja para desenvolver um projeto do zero ou prestar suporte para uma ação que esteja em andamento. Para ele, a parceria com empresas de tecnologia tem influência direta no resultado positivo do produto final.

Por isso, ao buscar o parceiro digital, ele recomenda a escolha daqueles que entendam os desafios de negócios de cada empresa e que, a partir disso, proponham soluções precisas. Ele explica que esse é um processo que deve gerar confiança, segurança e flexibilidade, sendo sentido até mesmo por quem vai acessar o produto final – seja ele um site ou aplicativo.

“A tecnologia em si avança de maneira rápida e já está muito desenvolvida. Mas ela sozinha não é o bastante. É preciso que toda uma cadeia de procedimentos seja feita e que haja insumos suficientes para que os objetivos de negócios sejam alcançados. Atualmente, as empresas estão percebendo isso e devem ser ainda mais estratégicas nos próximos anos”, afirma o head de tecnologia.

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