4 tendências (sendo 2 preocupantes) entre programadores brasileiros

Isabela Castilho, Rocketseat fala sobre programadores brasileiros

Uma pesquisa divulgada recentemente pelo canal Código Fonte, e que pode ser acessada aqui, descobriu uma série de tendências entre os programadores brasileiros. Foram consideradas respostas de pouco mais de 15 mil profissionais da área em formulários coletados entre fevereiro e junho de 2024.

Além de informações sobre o uso de inteligência artificial, o levantamento mostra uma série de outras tendências trabalhistas e tecnológicas. No que diz respeito à IA, por exemplo, o estudo descobriu que ela está cada vez mais integrada aos processos de programação, mas também que há uma crença de que a tecnologia não vai substituir completamente a figura do programador humano: 83,6% já usam IA para programar e 53,7% creem que ela não substituirá os profissionais.

“A IA é repetição a partir de comandos, mas o fator criativo é inerente ao ser humano, por isso a IA não vai desbancar o programador”, analisa Isabela Castilho, CEO da Rocketseat.

Leia também: Vivara revela tentativa de ataque cibernético em junho

A especialista elenca outros temas importantes que aparecem no estudo. Veja:

Representatividade feminina

O tema que chama atenção é a escassez de mulheres na programação, representando apenas 9,2% do setor. “É um dado que preocupa, pois ainda é possível perceber certa resistência a uma maior participação feminina na programação, que aumenta à medida que os cargos sobem de importância”, diz Isabela.

Para ela, é preciso “oferecer oportunidades, abrir portas e dar o espaço para a mulher programadora”. Programadora de formação, a executiva ocupou várias funções na empresa até assumir como CEO, há pouco mais de um ano.

Saúde mental

A saúde mental dos profissionais é outro fator que gera preocupação. A pesquisa aponta que cerca de 72% já sinalizaram sinais de estresse e ansiedade em função da dinâmica de trabalho. Apesar de menores, relatos de burnout e depressão também estão elencados.

“As empresas precisam promover iniciativas para cuidar da saúde mental dos profissionais, pois o bem-estar é fundamental e está diretamente relacionado à produtividade. Um(a) dev feliz entrega mais resultados”, diz a CEO da Rocketseat.

Renascimento do full-stack

Outro destaque é o renascimento do full-stack. “É o programador versátil, que domina tanto os quesitos mais técnicos e de ‘bastidores’ de uma aplicação, quanto questões visuais e de experiência do usuário. E é essa posição que o mercado está buscando hoje”, diz Isabela.

A maioria dos programadores (34,77%) atualmente são full stack, ou seja, capazes de trabalhar tanto em back-end quanto em front-end. Desenvolvedores full-stack são maioria até a faixa de R$ 9 mil, quando são ultrapassados pelos back-end. Na faixa salarial entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, os desenvolvedores back-end e full-stack são maioria.

“O cenário atual favorece e clama pela chegada de novos desenvolvedores, sejam iniciantes ou experientes. A meta é suprir uma demanda que deve aumentar de maneira exponencial, à medida que a IA e outras ferramentas avançam e necessitam de posições que as dominem. O mercado de programação nunca esteve tão aquecido”, conclui a CEO.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!