5 opiniões polêmicas do Padre Patrick sobre política, fama e Shakira

Podemos dizer que a novela sobre o término do casamento de Shakira e Piqué ainda terá muitos capítulos e, de certa forma, que bom pra nós, porque, assim podemos discutir posicionamentos de temas polêmicos como traição, lealdade, separação e por aí vai. Buscando a opinião de alguém que hoje tem mais de 5,2 milhões de seguidores nas redes e é um sucesso quando o assunto é aconselhamento, procuramos o famoso padre Patrick Fernandes para questioná-lo sobre um pouco do que envolve o divórcio mais comentado do momento, sobre polarização política e fama, claro.

Eu nunca me vi como uma pessoa famosa, acho que talvez conhecido por um grupo e procuro ver isso de duas formas. Primeiro, com muita naturalidade e depois como uma oportunidade também, que eu acabo tendo de levar uma mensagem que eu creio: a minha fé a partir de uma leveza, de uma alegria. Então, esse reconhecimento possibilitou que eu alargasse mais os campos de atuação como padre”, declara. Começamos a entrevista já perguntando algo bem “quente” e fizemos o top 5 das opiniões do influenciador sobre os assuntos do momento.

Recentemente, Shakira deu uma declaração polêmica dizendo que “há lugar no inferno para mulheres que não apoiam outras mulheres”. Qual sua opinião sobre isso? E é pecado a cantora faturar depois de ter sido traída pelo ex? Primeiro, em relação à mulher que não apoia outras mulheres, realmente acho que é o pior tipo de machismo, né? Sempre se coloca sobre a mulher um fardo muito pesado e, às vezes, as críticas vêm de outras mulheres, acho isso trágico. É péssimo mesmo quando se tem uma rivalidade, quando a gente sabe que deveria ser potencializado, deve-se potencializar outras mulheres. Em relação a lugares no inferno, não sou capaz de opinar. Quem está no céu ou quem está no inferno, isso compete a Deus. Quanto a ela se beneficiar depois de ter sido traída, não acho que seja pecado. Ela expôs os sentimentos dela nas canções e o dinheiro vem por consequência de sua arte de seu trabalho. Ela mostra que a gente pode tirar sempre uma coisa boa das tragédias da vida. A gente amadurece na dor, no sofrimento, e eu acho que é o que está acontecendo com ela. A gente tem que aprender a ressignificar a nossa dor de alguma forma, sofrer só por sofrer não vale a pena. Quando a gente dá sentido ao sofrimento, enxerga que a dor tem um propósito, faz parte de um processo necessário. 

Quem trai deve ser perdoado e o traído deve perdoar? Como é isso? A traição sempre deixa marcas, né? E não estou falando somente da traição do relacionamento homem e mulher, existe traição na amizade também, por exemplo. O fato é que a traição nos deixa de certa forma vulneráveis, mas eu acredito no perdão. O perdão é capaz de curar tudo, né? O amor, principalmente, é capaz de curar. Eu acho que a gente pode perdoar, a gente deve perdoar, mas isso não significa que eu preciso de uma reaproximação da pessoa ou viver um relacionamento tóxico, por exemplo. É preciso sempre avaliar toda a situação. 

Em algum momento sua exposição como influenciador lhe incomoda? Incomoda, eu acho que a gente se priva muito de muitas coisas. A vida do padre já é privada, né? Quero dizer limitada, e sou muito julgado por conta do trabalho que faço hoje. No fim, eu sei que, por estar em evidência, acabo tendo uma responsabilidade maior, existe uma cobrança que tira um pouco a liberdade, mas nada que faça com que eu trate mal as pessoas que eu encontro pelo caminho. Eu acho que as pessoas são necessitadas de atenção, de carinho, de afeto, e eu estou aí pra isso: para ser o canal de Deus na vida das pessoas. Tenho um certo pavor de uma vida solitária. Acho que tem diferença de você estar sozinho, que é necessário em alguns momentos, mas a solidão incomoda muito. Eu sempre gostei de fazer as pessoas rirem, dessa forma me sinto útil e enxergo o humor como uma ferramenta dentro de tudo isso.

Posição política leva alguém ao céu ou inferno? Digo porque estamos vivendo um momento complexo. Eu acho que a política no Brasil ela está polarizada. Isso é um pouco trágico, porque as pessoas começaram a se odiar pelos candidatos e aí acho que deixa de pensar no bem comum, no bem de todos. Acho que a gente precisa falar sobre política, mas não nos altares. Eu sou contra padres e pastores assumirem uma postura em relação a algum candidato. Eu acho que a gente precisa se manter neutro, a igreja precisa sempre se manter neutra e instruir os fiéis naquilo que a gente vê como mais acertado, mais de pensamento, não de candidato. Eu acho que quando a gente transforma os nossos altares em nossos púlpitos, em palanques políticos, eu acho que a gente perde um pouco a nossa credibilidade. 

Muita gente afirma que a pandemia ensinou o ser humano a amar mais e dar valor ao que importa. Qual sua opinião sobre isso e o que aprendeu com a pandemia? A gente vive consequências da pandemia ainda hoje, em uma sociedade que está adoecida na alma, de verdade. Eu penso que a gente tirou disso uma grande lição, que é valorizar as pessoas enquanto a gente pode.