EUA avaliam forçar a Google a separar partes da empresa
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) apresentou nesta terça-feira (8) uma proposta abrangente que pode forçar o Google a vender partes significativas de seus negócios, marcando um potencial divisor de águas na regulação do setor de tecnologia.
A proposta visa remediar os monopólios do Google em busca e publicidade de busca, conforme destacado em um documento de 32 páginas enviado ao juiz federal Amit Mehta, que decidiu contra a empresa em um caso antitruste em agosto de 2023.
O plano do Departamento de Justiça abrange quatro áreas principais. Na área de “Distribuição de Busca”, visa restringir acordos padrão e limitar o controle do Google sobre novas tecnologias de busca, incluindo recursos impulsionados por IA. Além disso, a proposta sugere a implementação de programas de educação do usuário para promover escolhas informadas em relação aos mecanismos de busca.
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No que diz respeito ao “Acesso e Uso de Dados”, o DOJ propõe a imposição de compartilhamento do índice de busca do Google, bem como maior transparência nos resultados e sinais de classificação de anúncios. O departamento também sugere a proibição de práticas que permitam ao Google alavancar dados não compartilháveis devido a preocupações de privacidade, visando reduzir custos para os concorrentes em indexação e retenção de dados.
A proposta também aborda a “Extensão do Monopólio de Busca”, limitando o uso de contratos que possam prejudicar o acesso de concorrentes ao conteúdo da web. Isso inclui permitir que sites de editores optem por não participar do treinamento de IA do Google ou aparecer em produtos de IA, como resumos gerados pela empresa.
A proposta também inclui “Práticas de Publicidade”, que se concentra em reestruturar os produtos avançados de publicidade do Google, incluindo ferramentas impulsionadas por IA. O DOJ explora opções para licenciar o feed de anúncios do Google separadamente dos resultados de busca, além de aumentar a transparência para os anunciantes, fornecendo dados detalhados sobre leilões e monetização.
Em resposta, o Google criticou a proposta do Departamento de Justiça, descrevendo-a como “radical e abrangente” e advertindo sobre possíveis “consequências negativas não intencionais para a inovação americana e para os consumidores”. Analistas da Bernstein também alertaram, em uma nota aos clientes nesta quarta-feira, que a proposta é ampla e pode prejudicar a capacidade do Google de operar eficientemente, especialmente no contexto da crescente competição em IA.
O Departamento de Justiça argumenta que as medidas propostas são essenciais para evitar a manutenção de monopólios e garantir que o Google não se beneficie de suas práticas antitruste.
*Com informações do TechCrunch
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