InCor usa IA e dispositivo IoT para monitorar arritmias cardíacas em tempo real

InCor. Imagem: Shutterstock

O Instituto do Coração (InCor), em parceria com a Lenovo, anunciou o Telemonitoramento Remoto Assistido de Arritmia (TRAdA), uma plataforma que utiliza inteligência artificial (IA) para detectar arritmias cardíacas em tempo real. A novidade, revelada no Lenovo Tech World, nos Estados Unidos*, visa atender a uma questão crítica da saúde pública no Brasil, onde mais de 20 milhões de pessoas sofrem de arritmia, uma condição que resulta em mais de 320 mil mortes súbitas por ano, conforme dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).

Hildebrando Lima, diretor de P&D da Lenovo Brasil, destaca a importância da plataforma, especialmente no período pós-cirúrgico. “Estamos desenvolvendo um dispositivo e uma plataforma focados naqueles que passaram por cirurgias cardíacas, pois as 72 horas seguintes ao retorno do paciente para casa são críticas. Nesse intervalo, muitos pacientes enfrentam complicações que podem levar a hospitalizações”, afirmou.

A solução TRAdA foi validada em três etapas clínicas no InCor, envolvendo 253 participantes. Em sua fase final, um estudo de prova de conceito foi realizado com 51 pacientes em recuperação de cirurgias cardiovasculares, confirmando a eficácia da plataforma em identificar episódios de arritmia em ambiente domiciliar.

“A plataforma não apenas detecta arritmias, mas também permite que os pacientes relatem sintomas, fornecendo informações valiosas para as equipes médicas”, diz Marco Antônio, diretor da Unidade de Tecnologia da Informação e do Laboratório de Informática Biomédica do InCor.

A detecção ocorre por meio de um algoritmo que analisa sinais cardíacos e envia alertas em tempo real para uma equipe médica dedicada, permitindo intervenções rápidas e eficazes. “Temos exemplos concretos em que os alertas ajudaram a reduzir complicações graves, evitando que pacientes chegassem em estado crítico ao hospital”, complementa Gutierrez.

Gutierrez também enfatizou o impacto da solução em casos reais: “Temos pelo menos dois casos em que o alerta foi importante para reduzir o agravo na emergência do hospital, evitando que o sistema de saúde fosse onerado e colocando o paciente em risco.”

A detecção ocorre por meio de um algoritmo que analisa sinais cardíacos e envia alertas em tempo real para uma equipe médica dedicada, permitindo intervenções rápidas e eficazes.

A IA é chave nesse processo. “Nosso modelo de IA detecta características de fibrilação atrial. Essa é a parte mais crítica do processo, pois é aqui que tomamos a decisão do que vem a seguir. Foram três anos de desenvolvimento, com 70% desse tempo dedicado ao treinamento do modelo até que pudéssemos realizar testes com 250 voluntários e pacientes”, explica Gutierrez.

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