Finanças climáticas: como a tecnologia está transformando o setor e otimizando investimentos sustentáveis
Secas extremas, enchentes cada vez mais frequentes e temperaturas recordes escancaram o impacto devastador das mudanças climáticas e exigem ações urgentes e efetivas para frear esse processo. As mudanças climáticas são evidentes e, neste cenário, as finanças climáticas, recursos financeiros destinados a iniciativas de mitigação e adaptação climática, surgem como um instrumento para apoiar a transição para uma economia de baixo carbono.
A convergência entre tecnologia e sustentabilidade abre portas para que as empresas sejam protagonistas em um futuro mais verde, em que a transformação digital e as boas práticas ambientais caminham lado a lado. Para os executivos de TI, entender o papel dessas tecnologias é fundamental para viabilizar projetos de sustentabilidade e para explorar oportunidades de negócio e provocar inovações.
Segundo Lucca Rizzo, especialista em finanças climáticas do Instituto Clima e Sociedade (iCS), “esses investimentos são essenciais para que países e empresas possam reduzir suas emissões, adotar tecnologias verdes e se adaptar aos impactos do clima”.
O especialista alerta que a tecnologia desempenha um papel crucial na otimização dos investimentos em finanças climáticas, ajudando a aumentar a eficiência e a transparência dos processos envolvidos. Ferramentas como big data, plataformas digitais e monitoramento remoto estão sendo amplamente utilizadas para garantir que os recursos sejam aplicados de forma eficaz.
“Sensores e imagens de satélite, por exemplo, possibilitam o mapeamento de riscos ambientais e a mensuração precisa da eficácia das atividades financiadas”, explica Rizzo. Esses avanços permitem que financiadores tenham maior segurança ao destinar seus recursos, garantindo que os projetos climáticos tragam impactos reais e positivos.
A inteligência artificial (IA) é uma das grandes aliadas nesse contexto, indica ele. Segundo Rizzo, “a IA pode apoiar no inventário de emissões de gases de efeito estufa, auxiliando governos e empresas a medirem, relatar e verificar seus impactos climáticos”. A análise de grandes volumes de dados permite identificar padrões e oportunidades de mitigação, além de facilitar a leitura de informações complexas, o que é fundamental para a tomada de decisões estratégicas em prol da sustentabilidade.
Blockchain e finanças climáticas
O blockchain também é outra tecnologia com grande potencial para impulsionar as finanças climáticas. “Sua capacidade de garantir a rastreabilidade de produtos é essencial para monitorar cadeias produtivas e assegurar o cumprimento de normas ambientais”, destaca.
Além disso, o blockchain pode ser utilizado na emissão de títulos verdes, ajudando a rastrear o lastro do financiamento e conferindo maior segurança aos investidores. Isso aumenta a confiança de que os recursos serão efetivamente aplicados em iniciativas sustentáveis.
Outra tendência importante são as plataformas digitais que conectam investidores a projetos sustentáveis, como fintechs voltadas para soluções verdes. “Essas plataformas estão facilitando o fluxo de capital para iniciativas climáticas, ajudando a viabilizar projetos que, de outra forma, poderiam ter dificuldades de acesso a recursos”, explica Rizzo. Esse ecossistema digital cria um ambiente mais favorável ao financiamento de soluções que promovam a transição energética e o desenvolvimento de uma economia mais resiliente ao clima.
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