Caso do delator do PCC terá reviravolta, afirma advogado

Desde quando o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, se tornou alvo da investigação do Ministério Público de São Paulo, o advogado Ivelson Salotto foi quem o defendeu das denúncias de lavagem de dinheiro e pelo assassinato de Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta. O advogado, que abandonou o caso depois de o empresário ter aceito a “delação premiada”, disse que a investigação sobre a morte de Gritzbach terá uma “reviravolta”. Inclusive, afirmou que está elaborando documentos que vão contribuir com as investigações, além de comprovar a inocência do empresário assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos quanto a ter sido mandante da morte de Cara Preta, executado em dezembro de 2021.

Ivelson Salotto destacou que o empresário, corretor de imóveis com atuação na zona leste da capital paulista, deixou de tocar o negócio do pai porque foi “seduzido” pelos integrantes do PCC. “Ele intermediava a venda dos imóveis com valores acertados entre as partes para pagar menos impostos. Por exemplo, se um imóvel valia R$ 7 milhões, o Vinicius fazia a ponte com a construtora para que a venda fosse concretizada por R$ 2 milhões no papel (oficialmente)”. O ex-advogado do empresário também enfatizou que cada transação operada por ele, dava uma lucratividade de R$ 700 mil a R$ 1 milhão. O corretor de imóveis começou a ganhar dinheiro com as transações fraudulentas. O advogado também questionou por que as construtoras não foram alvos da operação. “Elas também participavam da lavagem de dinheiro.”

Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Vinícius Gritzbach promovia mais do que as intermediações. De acordo com as investigações, o empresário era responsável por lavar o dinheiro dos líderes do PCC por meio da operação de criptomoedas. Em uma das ações, ele teria desviado cerca de U$ 100 milhões da quadrilha, o que pode ter levado o entreveiro entre o delator do Primeiro Comando da Capital com os chefões da facção. Fontes da coluna também afirmam que Vinícius tinha elementos contra policiais corruptos. Perguntado sobre isso, o advogado que defendia o empresário não negou a afirmação. Mas descartou que Vinícius desviou dinheiro do PCC.

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Na tarde desta segunda-feira (11), a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo realizará uma coletiva de imprensa para detalhar a criação de uma força-tarefa que vai auxiliar nas investigações sobre o crime que aconteceu na área externa do Aeroporto Internacional de Guarulhos. O secretário à frente da pasta, Guilherme Derrite, cancelou uma viagem para Nova York justamente com o objetivo de criar uma conexão entre tudo o que foi apurado pelas instituições que investigam o caso.