Itaú migrará 100% da sua infraestrutura para a nuvem até 2028
O Itaú Unibanco migrará 100% da sua infraestrutura para a nuvem até 2028. O CIO do banco, Ricardo Guerra, contou no re:Invent 2024* que o plano está em operação, com 65% da infraestrutura atualmente hospedada em serviços de cloud.
“Estamos em plena jornada de modernização tecnológica, alinhada diretamente aos nossos negócios”, destaca Guerra. Ele explica que a transformação tecnológica foi guiada por uma mentalidade de transformação constante, com foco em modernização e pioneirismo na inovação.
Além disso, a modernização simplifica a gestão de talentos, reduzindo a dependência de tecnologias legadas, como Cobol, e favore a contratação de talentos familiarizados com novas ferramentas. Outros fatores-chave foram a busca por economia de escala e a criação de valor para o cliente, com um olhar estratégico para otimizar a plataforma tecnológica e reduzir sua complexidade.
“Estamos focados em migrar 100%, priorizando sempre o que é mais importante para o cliente”, indica Guerra. Ele enfatizou que a tecnologia no Itaú é guiada pelos negócios, com decisões de investimento sendo discutidas no âmbito executivo e alinhadas às necessidades dos acionistas e clientes.
Quando a jornada de transformação do Itaú começou?
A jornada transformacional do Itaú começou há 15 anos e desde então o Itaú tem se adaptado a essas mudanças por meio de uma transformação intensa, focada na modernização tecnológica. “Tínhamos a meta de modernizar 60% até 2023, o que já superamos ao alcançar 65%”, afirmou. O banco utiliza principalmente a Amazon Web Services (AWS) como plataforma de nuvem, com planos de eliminar completamente as rotinas batch de mainframe, que limitavam a atualização de dados apenas para o dia seguinte.
Os ensaios para a nuvem do Itaú começaram com a criação de uma infraestrutura interna de cloud privada, seguidos pela adoção de serviços de nuvem pública após obter a autorização do Banco Central. Após quase dois anos de preparação e fundação, o banco firmou contrato com a AWS para escalar suas operações na nuvem pública, superando desafios e adquirindo maturidade ao longo do processo.
Uma das iniciativas possibilitadas por essa mudança foi o recém-lançado Inteligência Itaú, que utiliza inteligência artificial (IA) generativa para melhorar a experiência do cliente. “Vimos desde cedo os benefícios de estar atualizados tecnologicamente e a capacidade de modernizar nossos serviços. Ser pioneiro em inovação só é possível quando se transforma constantemente”, explica ele.
Quanto aos data centers próprios, o Itaú ainda não decidiu desligar suas instalações atuais. “Monetizamos o data center e o mantemos como um seguro. Enquanto não representar um custo elevado ou risco significativo, não há necessidade de vender esse ativo”, afirma.
Tecnologia sempre com foco no cliente
A transformação digital do Itaú também envolve processos de inovação internos robustos. Com 23 mil colaboradores distribuídos em comunidades multidisciplinares, como chamam suas squads, o banco foca em jornadas específicas para desenvolver produtos que atendam às necessidades dos clientes de forma rápida e eficiente. Esse modelo permite a experimentação contínua e o lançamento ágil de serviços, com ciclos de criação e testes que duram de 15 dias ou um mês.
Guerra também destaca a importância da segurança e da detecção de fraudes no ambiente digital como um diferencial no processo de criação de produtos. “Temos uma tecnologia altamente evoluída para detecção de fraude, utilizando múltiplas camadas de proteção para garantir a segurança das transações dos nossos clientes”, afirma.
*A jornalista viajou a convite da AWS
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