‘Notificação ilegal’, diz presidente da Câmara de Aquicultura do Equador após Brasil suspender importação de camarão

Após os ministérios da Agricultura e da Pesca anunciarem a suspensão da importação de camarão do Equador, o presidente da Câmara Nacional de Aquicultura, José Antonio Camposano, criticou a decisão do governo brasileiro e disse que a decisão não tem sustento legal e nem técnico. Camposano também alegou que os técnicos que estiveram no Equador não apontaram violações dos protocolos de saúde e justificaram a visita como sendo de rotina.

“A missão que veio ao Equador, em nenhum momento, indicou que houve discrepâncias ou violações dos protocolos de saúde. Pelo contrário, disseram que era uma visita de rotina, que não havia grandes novidades para relatar e, com surpresa, entre aspas, porque sabíamos para onde isso apontava, numa gestão que só podemos qualificar como política, o Ministério da Agricultura e o Ministério da Produção do Brasil, em conjunto com o setor produtor brasileiro, anunciam um fechamento, um bloqueio do camarão equatoriano, que não tem base legal e que não tem base técnica. E por uma razão: porque, quando você procura regular as importações de forma sanitária, você faz o que se chama de análise de risco. O Brasil fez uma análise de risco e determinou quais produtos o Equador poderia vender, que tipo de camarão o Equador poderia vender, com o intuito de evitar um suposto risco à saúde, que pode não haver. O Equador aceitou essa posição; vendemos camarão descascado, sobras e camarão cozido, que seguem todas as normas internacionais e não constituem nenhum tipo de risco à saúde”, disse Camposano.

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A medida anunciada pelo governo brasileiro entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira, mesmo com os anúncios excluídos das plataformas digitais, conforme revelado por esta coluna. O presidente da Câmara de Aquicultura do Equador ainda reforçou, nesta quinta-feira, que a notificação é ilegal e anti-técnica. “Então, se o Brasil vai bloquear esse produto, porque é isso que ele vai bloquear, que não tem nenhum risco à saúde, posso te dizer hoje que, sem saber da notificação do Brasil, já posso te dizer que isso é uma notificação ilegal, é uma notificação anti-técnica.”

O Equador é o maior exportador de camarões para o Brasil. Em 2023, foram importados 739,8 mil quilos do crustáceo equatoriano, com valores de US$ 5,9 milhões. O montante representa mais de 80% das importações do produto, que foram de 884,8 mil quilos e US$ 7 milhões no ano passado.