Conheça as tecnologias digitais usadas no porto de Santos
A Santos Brasil, empresa responsável pela gestão do porto de Santos, anunciou essa semana um balanço dos investimentos feitos em tecnologia entre 2023 e 2025. Serão no fim do período R$ 55 milhões investidos na melhoria dos centros logísticos aduaneiros e terminais.
Dos investimentos em andamento, cerca de R$ 36 milhões são destinados a tecnologias digitais, operacionais e de dados, e R$ 19 milhões à infraestrutura de suporte a essas tecnologias – a maioria rodando na nuvem. Um dos destaques feitos é um data center de hiperescala.
Entre as tecnologias enumeradas pela empresa estão gêmeos digitais, internet das coisas (IoT), aprendizado de máquinas e o uso de realidade aumentada e drones. O objetivo declarado pela empresa é aumentar a segurança de pessoas e cargas e dar mais agilidade aos processos, além de reduzir impactos ao meio ambiente.
Casos de uso
No Clia Santos (Centro Logísticos e Industrial Aduaneiro), que atua integrado ao terminal de contêineres no porto de Santos e provê serviços de armazenagem alfandegada e de cargas especiais, a Santos Brasil implantou um sistema de armazém 3D. A tecnologia mostra a ocupação e a movimentação do espaço em tempo real, com informações sobre as cargas.
É possível visualizar o armazém por um computador como se fosse uma visita ao local, a partir de uma representação visual tridimensional. Entre as vantagens apontadas pela Santos Brasil estão a otimização do espaço, o gerenciamento de inventário e a identificação de riscos. O próximo passo é implantar a tecnologia em todas as unidades da empresa com armazém alfandegado.
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Também no Clia Santos, IoT está servindo para monitorar a temperatura dos contêineres refrigerados (reefers). Um aparelho magnetizado, instalado em cada contêiner do tipo, gera dados de hora em hora. As informações são acompanhadas remotamente. O sistema permite o empilhamento de até cinco contêineres, trazendo ganhos na capacidade do pátio.
A empresa já usava IoT em outros equipamentos, como hidrômetros do Tecon Santos, para detectar vazamentos e evitar desperdício de água, e no sensor de fadiga na frota de caminhões do terminal. Outra novidade nos Clias Santos e Guarujá é o uso de drones para proteção patrimonial.
Inteligência artificial
Dentro do pacote de investimentos também está prevista no Tecon Santos o uso de gêmeos digitais (Digital Twins), para simulações virtuais e análises preditivas. A ferramenta deve dar à empresa capacidade de realização de testes sobre o desempenho e planejamento de uso do terminal em ambiente virtual que replica com exatidão a realidade. Um primeiro modelo já foi estendido também para o Tecon Vila do Conde (PA).
No campo da inteligência artificial, um modelo de aprendizado de máquina está em treinamento para previsão de entrada de caminhões no Tecon Santos. Baseado em um modelo matemático e nos agendamentos realizados, a empresa diz ser possível prever os contêineres que entrarão no terminal nas horas seguintes, possibilitando o planejamento do pátio em curto prazo.
O uso de realidade estendida para o inventário de contêineres, a partir da utilização de óculos de realidade aumentada e tablets, está em planejamento. Ao visualizar contêineres, eles são identificados por meio da tecnologia OCR (reconhecimento de caractere óptico) e, a partir disso, as imagens reais são sobrepostas com elementos virtuais.
Segundo o diretor de tecnologia da Santos Brasil, Ricardo Miranda, a empresa quer também reduzir impactos ao meio ambiente, tempo e custos da operação. “Temos um olhar muito pragmático com as tecnologias digitais e como elas podem gerar valor às nossas operações e aos nossos clientes”, diz.
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