O paradoxo da prontidão tecnológica

Uma pessoa vestida com um fato formal escuro está a usar uma caneta para desenhar ou interagir com um gráfico digital que contém barras, linhas e dados financeiros. O fundo é azul escuro com elementos gráficos luminosos em tons de amarelo e azul, representando tendências financeiras ou estatísticas em tempo real. Há um destaque brilhante na ponta da caneta, sugerindo tecnologia ou análise avançada.

O mundo se tornou um lugar menos seguro. Tensões geopolíticas afloram ao redor do globo de uma forma que não víamos há mais de 30 anos, desastres climáticos tornaram-se fatos cotidianos, e a inteligência artificial está mudando completamente a forma como nossa vida digital se organiza – para o bem, e para o mal.

Os líderes de negócios se encontram, agora, em uma encruzilhada. Um estudo recente da Kyndryl revelou um paradoxo intrigante nas organizações: enquanto líderes empresariais demonstram confiança em suas infraestruturas tecnológicas atuais, muitos expressam preocupações significativas sobre a capacidade dessas tecnologias de enfrentar os riscos futuros. O estudo aponta que setores críticos, como saúde e energia, enfrentam as maiores dificuldades em adaptar suas operações à velocidade das mudanças.

Essa desconexão entre confiança presente e incerteza futura destaca a complexidade do cenário empresarial moderno, no qual a velocidade da inovação tecnológica e a instabilidade global tornam a prontidão organizacional um alvo móvel e desafiador.

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A modernização tecnológica é identificada como a principal ação para mitigar riscos atuais e futuros. Contudo, o relatório mostra que apenas 29% das organizações se consideram líderes nessa jornada. A maioria ainda está em estágios iniciais, enfrentando desafios como complexidade organizacional, resistência à mudança e falta de alinhamento entre prioridades de curto e longo prazo.

O relatório também destaca a dificuldade das empresas em aproveitar os investimentos em inteligência artificial (IA). Apesar de 76% dos líderes afirmarem investir em IA e aprendizado de máquina, apenas 42% relatam retornos positivos. Os principais obstáculos incluem preocupações com privacidade de dados, incerteza sobre o retorno do investimento (ROI) e a integração com sistemas legados.

Além disso, a falta de profissionais qualificados em IA é apontada como o maior déficit de habilidades no mercado. A formação e a retenção de talentos emergem como elementos críticos para transformar os investimentos em IA em vantagens competitivas.

Uma das lições mais importantes do relatório é que as organizações que progridem na modernização tecnológica compartilham características-chave: priorizam simultaneamente operações críticas e inovação, obtêm melhores retornos sobre investimentos em tecnologias emergentes e cultivam uma cultura de colaboração eficaz entre líderes empresariais e de TI.

Essas empresas mostram maior resiliência aos riscos externos e estão mais bem posicionadas para prosperar em um ambiente de negócios volátil. A liderança, portanto, desempenha um papel central em alinhar metas de longo prazo com as necessidades imediatas e em promover uma visão clara de como a tecnologia pode impulsionar os objetivos organizacionais.

Organizações que reconhecem o paradoxo da prontidão e investem em soluções estratégicas, como automação, IA e renovação de tecnologias legadas, estarão mais preparadas para navegar pelas incertezas do futuro.

A prontidão não é um estado fixo, mas um processo contínuo que exige liderança inovadora, talentos qualificados e uma visão estratégica alinhada. Ignorar esses desafios pode significar ficar para trás em um mundo onde a velocidade da mudança não dá trégua.

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