Smart Sampa: IA da Prefeitura de São Paulo ajudou a prender quase 500 criminosos

Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana de São Paulo, posa na Central de Monitoramento do Smart Sampa, com operadores e telas ao fundo.

Desde o final de 2024, São Paulo vem colhendo os frutos de um investimento robusto em segurança pública. O Smart Sampa, que integra inteligência artificial (IA) e vigilância por câmeras, já registrou mais de 1,7 mil flagrantes, incluindo 500 prisões de procurados pela Justiça e a identificação de 30 pessoas desaparecidas. “Estamos com uma média de 8,5 prisões por dia”, contabilizou ao IT Forum Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana de São Paulo.

O sistema, que atualmente opera com 23 mil câmeras – 18 mil públicas e 5 mil privadas –, é capaz de identificar pessoas e veículos em tempo real. Ele cruza as informações captadas com bancos de dados de procurados, veículos roubados e pessoas desaparecidas. “Quando um procurado passa por uma câmera, em frações de segundo a IA faz o cruzamento com nosso banco de dados e acende um alerta”, explica Morando.

Com viaturas equipadas com GPS e guardas recebendo informações em tempo real nos celulares, São Paulo tem registrado reduções significativas em furtos, roubos e invasões a escolas. “Sem a IA, seria impossível processar essa quantidade de dados. Antes, seria necessário um operador humano comparando imagens manualmente”, explica o secretário.

O sistema também auxilia na identificação de problemas urbanos, como árvores caídas, semáforos com defeito e enxentes. Com o suporte das equipes da Defesa Civil e da CET, a ampla cobertura do Smart Sampa garante maior agilidade na detecção e resolução dessas situações, otimizando a resposta em campo, garante o secretário.

Entre os desafios, Morando destaca a depredação de câmeras, um problema que a prefeitura já está enfrentando com medidas de proteção aos equipamentos.

Potencial em expansão

Apesar dos números expressivos, o Smart Sampa está operando com apenas 25% da sua capacidade total. A meta é dobrar o número de câmeras, alcançando 40 mil unidades, e ampliar as funcionalidades.
Morando acredita que a tecnologia ainda tem muito a oferecer, tanto no combate ao crime quanto em outras áreas de gestão pública. “Estamos apenas começando a explorar todo o potencial do sistema”, comenta.

Monitoramento de veículos e precisão

Uma das funcionalidades mais recentes do sistema é o monitoramento de placas de veículos, que utiliza o banco de dados do governo federal para identificar carros roubados ou furtados. Durante um teste realizado pela reportagem do IT Forum, foi possível verificar onde um veículo esteve nos últimos dias, com registro fotográfico do carro em cada local.

O secretário reforça que as imagens são armazenadas por apenas 15 dias e que aquelas que não identificam criminosos são descartadas. “Isso garante que apenas informações relevantes sejam usadas em investigações”, explica Morando.

Dronepol, o drone policial

O município também conta com o Programa Dronepol, que adiciona 49 drones ao arsenal tecnológico da segurança urbana. Equipados com câmeras de alta definição, esses drones são usados para localizar esconderijos de drogas, monitorar pontos de tráfico e grandes eventos, e apoiar operações conjuntas com outros órgãos públicos.

Futuro do Smart Sampa

De bairros afastados, como Jardim Marsilac, no extremo sul de São Paulo, ao centro da cidade, a ampla cobertura do Smart Sampa está redesenhando o panorama da segurança pública em São Paulo. O sistema, que combina inovação e eficiência, ainda tem espaço para evoluir e se tornar um modelo de gestão urbana para outras cidades, acredita Morando. “Ainda há muito por fazer, mas os resultados mostram que estamos no caminho certo”, conclui ele.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!