Sem visitas íntimas, chefões de facções se unem com pedidos por meio de ONG’s
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Desde a remoção de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outras lideranças do Primeiro Comando da Capital para o SPF (Sistema Penitenciário Federal), houve uma série de restrições impostas. Entre elas, a proibição das visitas íntimas além do monitoramento 24 horas por dia de todos os passos dados dentro da prisão por meio de câmeras que captam também áudio. A proibição de ter um contato mais íntimo com os visitantes foi o ponto que mais incomodou não só Marcola, mas outras lideranças do PCC e também CV, (Comando Vermelho). Segundo o promotor do Gaeco, Lincoln Gakiya, esse “incomodo” dos líderes das facções não é só pelo fato de não ter “romance” com parceiro dentro das prisões, mas sim porque não conseguem dar ordens aos faccionados por meio do contato sem monitoramento.
Para ele que combate as organizações criminosas, a restrição é fundamental para isolar essas lideranças e enfraquecer os grupos. “Na maioria das vezes, eram por meio das visitas íntimas que os recados eram enviados e recebidos aos que estão do lado de fora agindo nos mais diferentes crimes. Atualmente no SPF, as conversas são por interfones e tudo é visto e ouvido. Até mesmo os diálogos com advogados são monitorados com autorização judicial”, enfatizou. No passado, alguns representantes da defesa dos chefões, atuaram como “pombos-correio” e o esquema foi alvo de operação coordenada por Gakiya.
Justamente por causa desse descontentamento, surgiu a ideia do PCC e CV se unirem para tentar alguma medida com o foco em diminuir os rigores do SPF. Recentemente por meio de uma ONG, as facções recorreram ao STF (Supremo Tribunal Federal) reivindicando a volta das visitas íntimas no Sistema Federal. Além disso, eles também ajuizaram uma representação na Corte Interamericana dos Direitos Humanos sobre o mesmo assunto. No STF o recurso foi negado. O que pode ocorrer agora, conforme as autoridades, é uma trégua nos estados em que ainda haja conflito entre PCC e CV, na busca para que as reivindicações de ambos os grupos sejam atendidas.
Apesar dessa “união”, o promotor do Ministério Público de São Paulo acha pouco provável que as facções promovam ataques nas ruas como visto no passado. “O Comando Vermelho do Rio de Janeiro, por exemplo, não tem ingerência total sobre eles, havendo interesse por pontos de tráfico, somente essa disputa provavelmente continue”, destacou Gakiya.