Qual o nome da direita com mais chance de chegar ao Palácio do Planalto?

Bolsonaro, embora inelegível até 2030, não se cansa de dizer que é o único candidato de direita a pleitear a Presidência da República. Não aceita hipóteses que não sejam seu próprio nome: “O plano A sou eu. O plano B sou eu também. O plano C sou eu. A não ser depois da minha morte física ou política definitiva que eu vou pensar em um possível nome.”

Alguns já tentaram sugerir nomes para sucedê-lo, como, por exemplo, Tarcísio Gomes de Freitas, governador de São Paulo; Ronaldo Caiado, governador de Goiás; Ratinho Júnior, governador do Paraná; Eduardo Bolsonaro, seu filho e deputado federal por São Paulo; Flávio Bolsonaro, também seu filho e senador pelo Rio de Janeiro; e Michelle Bolsonaro, sua esposa e presidente nacional do PL Mulher.

Caiado é bem-avaliado em Goiás

Já neste início de 2025, com quase dois anos de antecedência, os pretendentes ao cargo começam a se movimentar. Caiado foi o primeiro a se lançar. Também inelegível por decisão em primeira instância – decisão que ainda poderá ser revertida –, está tentando ampliar sua influência além das fronteiras goianas.

Dentro de seu território, sua aceitação é extraordinária, ultrapassando 86%. Fora do estado, ainda não tem a projeção de que precisa. Para mudar esse cenário, pegou no braço de Gusttavo Lima, artista conhecido de norte a sul do país, cogitando tê-lo como vice em uma eventual chapa presidencial.

Caiado e Zema queimando na largada

Um grande entrave de Caiado é que nunca foi leal a Bolsonaro. Em várias oportunidades, se desentenderam. Antes mesmo do término do mandato do ex-presidente, ele não mediu esforços para criticá-lo, especialmente em relação à condução da pandemia e às vacinas.

Romeu Zema é outro nome sempre citado. Seu governo é aprovado por 78% da população, índice expressivo que o credencia à disputa presidencial. Ele leva vantagem sobre Caiado ao governar Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com mais de 10% do eleitorado nacional. Sua aceitação, portanto, é altamente representativa.

Assim como Caiado, no entanto, Zema também se apressou em criticar Bolsonaro no fim do governo, buscando se desvincular do ex-presidente. Curiosamente, os maiores motivos de sua censura foram as vacinas, os mesmos argumentos utilizados pela oposição.

O governador do Paraná é um bom nome

Ratinho Júnior, por outro lado, nunca estabeleceu qualquer confronto com Bolsonaro. Sabendo que, em voo solo, não conseguiria ampliar sua influência para além do Paraná, ele provavelmente aguarda um eventual apoio do ex-presidente para se cacifar. Sua aceitação como governador também é bastante elevada, 81% – números para ninguém botar defeito.

Agora, pense por um momento na seguinte situação: cada um desses candidatos, incluindo os filhos e a esposa de Bolsonaro, percorre o país para falar com os eleitores. Será que algum deles conseguiria reunir um décimo da multidão que acompanharia Bolsonaro? Possivelmente, não. O ex-presidente é imbatível em popularidade.

Tarcísio é o nome mais forte

Até Lula, que sempre foi carismático, hoje não consegue lotar um saguão de aeroporto ou de rodoviária. Para garantir plateia, precisa contar com apoio de sindicalistas e outros grupos organizados. Mesmo assim, o público tem sido reduzido. Ou seja, não tem para ninguém: Bolsonaro parece ser mesmo o cara.

Portanto, ou ele encontrará uma forma de reverter sua inelegibilidade, ou será o responsável pela eleição de quem resolver indicar. De todos os pretendentes, Tarcísio Gomes de Freitas é o mais cotado, mesmo afirmando que deseja concorrer à reeleição como governador. Ele nunca traiu Bolsonaro. Em todas as entrevistas, demonstrou gratidão pelo apoio que recebeu do padrinho político e insiste que o candidato da direita deve ser o ex-presidente.

Prazo para se desincompatibilizar

Se resolver aceitar o desafio de disputar a Presidência, precisará se desincompatibilizar do cargo até abril do ano que vem. E se, até essa data, Bolsonaro ainda não tiver revertido sua inelegibilidade? Se houver alguma esperança de retorno, ele continuará lutando para viabilizar sua candidatura. Nesse caso, Tarcísio ficaria impossibilitado de se lançar candidato ao Palácio do Planalto. Restariam, então, Ratinho Júnior, Michelle Bolsonaro e os filhos de Bolsonaro. Desses, Eduardo Bolsonaro e Michelle parecem ter as melhores chances.

Ninguém pode afirmar nada

A política é sempre imprevisível. Estamos a poucos meses de todas essas definições, e ninguém consegue prever com certeza o que irá acontecer. Enquanto isso, Lula parece cansado e sem energia para enfrentar esse embate. Como não construiu um legado que viabilize um sucessor natural, dificilmente a esquerda continuará no poder. A não ser que surja uma reviravolta inesperada. Siga pelo Instagram: @polito