Secretário de Desenvolvimento Social de SP fala sobre apoio econômico às vítimas das chuvas no litoral

Dias após as fortes chuvas assolarem o litoral norte de São Paulo, novos esforços do governo estadual tem sido anunciados para mitigar os danos da tragédia, que já tem 48 mortes confirmadas pelas autoridades e cerca de 40 pessoas desaparecidas. De acordo com o último boletim do governo, são 1.730 desalojados e 766 desabrigados até o momento. Para dar um panorama do acolhimento à população, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Gilberto Nascimento, que detalhou as medidas de apoio econômico às vítimas que, além das antecipações do Bolsa Família e da liberação do saque do FGTS, também devem receber auxílios do Estado: “Desde a semana passada, os nossos técnicos vem se reunindo e orientando os secretários municipais para a gente poder auxiliar com o auxílio-calamidade. A gente tem aí um valor que a gente pode disponibilizar para abrigos temporários de até 50 pessoas”.

“Os benefícios eventuais que a gente tem um fundo exatamente para isso, de R$ 15 milhões, para ser distribuído entre todos os municípios do Estado de São Paulo, mas ele prioriza situações como essa (…) A gente está buscando a antecipação de benefícios de transferência de renda, ou seja, o Auxílio Brasil, BPC e tudo isso. Além das questões do Bom Prato Móvel, a gente está vendo a possibilidade. Aí gente depende muito das estradas, e o governo do Estado tem feito um grande trabalho para liberar as estradas, porque gente precisa sim que Guarujá, Santos e São Vicente possam também nos ajudar nessa distribuição de alimentos”, declarou.

O secretário relatou as dificuldades para cadastrar as pessoas nestes programas e destacou que garantir que os recursos cheguem à população o mais rápido possível é uma das prioridades: “A gente vai pegar alguns benefícios que a gente possa transferir e dar direto na mão essas pessoas, claro que através de um cartão ou de transferência em conta. Infelizmente, qual a grande dificuldade? Hoje, até pela questão do acesso, todos os assistentes sociais dos municípios e estou trazendo ainda um pessoal de outros municípios para poder cadastrar. E aí a gente tem uma dificuldade, porque muitos deles saíram com a roupa do corpo e nem de chinelo estavam. Então, até ter a documentação e lembrar de número de conta é algum ponto que a gente possa fazer. A gente já está providenciando e a ideia é que sejam cartões e que a gente possa dar esse beneficio às pessoas o mais rápido possível. Infelizmente o grande problema das pessoas que foram afetadas diretamente é a questão da moradia”.

Gilberto Nascimento também falou sobre os esforços de acolhimento para as milhares de pessoas que estão desabrigadas ou desalojadas e relatou o drama de famílias que não querem desocupar áreas de risco: “Em Bertioga, especificamente, a gente teve um problema de alagamento, então é mais uma questão de limpeza (…) É também o que aconteceu em Ubatuba, por exemplo. Então, é uma área de alagamento muito grande onde perderam seus móveis e perderam seus imóveis. A gente tem falado com o pessoal do Governo Federal e empresas de energia que possam nos ajudar com doação de eletrodomésticos. Tem o pessoal de outras marcas privadas também já se disponibilizando para a gente poder recuperar o mais rápido possível e essas pessoas poderem estar em casa (…) Aqueles que perderam as suas residências obviamente estão sendo abrigados em escolas, instituições e ginásios. Para isso a gente tem o auxílio-calamidade, que a gente quer distribuir o mais rápido possível”.

“A gente tem uma dificuldade hoje em termos de locais. Muitos locais que poderiam ser pousadas onde agente poderia transferir e alocar essas pessoas, elas estão ainda ocupadas porque as pessoas estão demorando para sair do feriado exatamente porque algumas estradas estão abertas, mas outras estão 100% interditadas. Mas a fila é muito grande, a dificuldade é muito grande e no trânsito a gente vê há pelo menos dois ou três dias o pessoal tentando sair. Infelizmente a gente vê isso mesmo, pessoas saqueando casas. A gente sente essa revolta na pele falando com os moradores (…) É aquilo, tudo o que a pessoa construiu na vida ela vai trocar pela vida? Porque efetivamente é isso. Se ela fica em regiões que estão com risco de desabamento, elas estão colocando sua vida em risco. Mas também não querem perder e deixar para trás tudo aquilo que construíram já que, infelizmente, há pessoas saqueando realmente algumas residências”, comentou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.