TIM monitora conectividade via satélite D2D e defende consolidação dos ISPs

A TIM Brasil está avaliando tecnologias emergentes de conectividade via satélite de baixa órbita com acesso direto ao dispositivo (D2D, ou direct-to-device), segundo confirmou o diretor de tecnologia da operadora, Marco Di Costanzo, durante coletiva de imprensa realizada após a divulgação dos resultados do trimestre de 2025.

Estamos analisando o tema de conectividade direta para smartphones, com constelações de baixa órbita”, afirmou. A TIM utiliza satélites para conectar estações rádio-base em áreas remotas, mas agora acompanha de perto soluções como as oferecidas pela AST SpaceMobile em D2D, uma das provedoras internacionais que atuam nesse campo. Di Costanzo lembrou que apenas cerca de 20% do território brasileiro está coberto por sinal celular terrestre, o que reforça o potencial complementar dessas soluções.

Representação dos satélites Bluebird, da AST SpaceMobile, em órbita (crédito: AST SpaceMobile)
Representação dos satélites Bluebird, da AST SpaceMobile, em órbita (crédito: AST SpaceMobile)

Banda larga fixa: mercado ainda não atrativo

Apesar do avanço na conectividade rural e da pressão competitiva no varejo, a TIM mantém cautela em relação a novos movimentos na banda larga fixa. A participação desse segmento representa atualmente 3,7% da receita da companhia. Segundo o CEO, Alberto Griselli, um excesso de operadores no mercado: “Hoje o Brasil tem cerca de 10 mil provedores de banda larga, um número muito acima do sustentável para esse tipo de negócio.”

Para Griselli, o setor caminha para uma consolidação inevitável, em curso entre as microoperadoras. A companhia, no entanto, ainda não atratividade para assumir protagonismo nesse processo. “Temos uma operação pequena e podemos nos dar o luxo de esperar. O mercado ainda não está atrativo”, repetiu. Ele citou como fatores de análise: o preço dos ativos, a necessidade de convergência e o grau de competição vigente.

Impactos macroeconômicos e tarifas dos EUA

Questionado sobre os possíveis efeitos das tarifas norte-americanas — como as propostas pela gestão Trump sobre produtos chineses — Griselli indicou que a TIM riscos controlados. “A nossa cadeia de insumos está relativamente protegida. Os principais contratos de rede foram fechados com fornecedores europeus ou chineses, menos expostos a essas medidas.”

Ele reconheceu que os smartphones podem sofrer alguma pressão, mas apontou fatores compensatórios, como a maior escala de produção de aparelhos 5G e a chegada de novos fabricantes ao Brasil. “Isso tende a manter a acessibilidade dos smartphones”, avaliou. A executiva Andrea Viegas complementou que menos de 10% dos insumos da TIM vêm do exterior, e que a operadora não realiza importações diretas dos EUA.

ESG: TIM lidera índice de sustentabilidade da B3

Na mesma coletiva, Griselli celebrou a conquista da TIM como empresa mais bem colocada no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. A companhia participa do indicador 17 anos, mas pela primeira vez alcança a primeira colocação geral. “Conseguimos combinar um trimestre de crescimento sólido com a liderança em sustentabilidade corporativa”, declarou o executivo. Segundo ele, o resultado reforça o compromisso da empresa com as frentes de ESG e com a busca por crescimento econômico aliado à responsabilidade ambiental e social.

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