Telebras tem salto de receita no 1º tri com novo Gesac, mas segue deficitária

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A Telebras registrou receita operacional líquida de R$ 114,4 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 45,6% em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento foi impulsionado pelo novo contrato do programa Gesac (Serviço de Comunicação Multimídia) e pelo avanço de serviços de valor adicionado. Os dados constam de formulário divulgado pela companhia à CVM.

O EBITDA ajustado somou R$ 74,1 milhões, frente aos R$ 2,6 milhões apurados no primeiro trimestre de 2024. A margem EBITDA ajustada alcançou 64,8%, mas o desempenho operacional positivo decorre principalmente da contabilização de R$ 77,6 milhões em subvenções orçamentárias da União, destinadas ao custeio e à folha de pagamento. Sem essa transferência, o EBITDA seria negativo em R$ 3,4 milhões, com margem de ‑3%.

Apesar da melhora, a estatal ainda fechou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 10,9 milhões, ante uma perda de R$ 83 milhões no mesmo intervalo do ano anterior. O resultado financeiro segue pressionado por despesas com juros referentes aos Aportes de Capital sem aumento de capital (AFAC).

Capex em queda e carteira estratégica

Os investimentos da Telebras somaram R$ 6,6 milhões no período, queda de 62% na comparação anual. Segundo a empresa, a redução reflete limitações impostas pelo cronograma orçamentário federal. Do total investido, 65% foi direcionado à rede terrestre, e 5% ao satélite SGDC.

Entre os projetos estratégicos destacados no trimestre, a Telebras reforçou a importância da renovação do contrato Gesac, que prevê até 28 mil pontos de conexão e pode alcançar R$ 3 bilhões em cinco anos. A companhia também mantém contratos com a EBC para gestão de CDN (Content Delivery Network) em seu data center Tier IV, e é a operadora responsável pela implantação da rede privativa da Administração Pública Federal com base no edital do 5G.

Situação financeira e riscos

A Telebras encerrou março com R$ 486 milhões em caixa e dívida bruta de R$ 130 milhões, composta majoritariamente por arrendamentos e acordos judiciais. A dívida líquida é negativa em R$ 283,6 milhões, configurando uma posição de caixa líquido.

Por outro lado, o desempenho futuro depende da manutenção das subvenções orçamentárias. Sem esses aportes, o resultado operacional da companhia volta ao campo negativo. Além disso, há obrigações com planos de previdência e passivos judiciais estimados em cerca de R$ 119 milhões com vencimento até 2030. Também seguem em curso os recebimentos referentes ao superávit de planos de previdência, com saldo de R$ 212 milhões a serem pagos em 36 parcelas.

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