Homem é considerado inocente no Reino Unido após passar 38 anos na prisão por assassinato

Um homem foi declarado inocente pela Justiça britânica nesta terça-feira (13) após passar 38 anos na prisão pelo assassinato de uma mulher em 1986, tornando-se a vítima de um erro judicial que passou mais tempo em reclusão no Reino Unido. Peter Sullivan, de 68 anos, que tinha 30 anos quando foi condenado, havia contestado sua condenação várias vezes, sem sucesso.
Ele foi preso um mês depois que Diane Sidwell, uma camareira de 21 anos, foi assassinada em agosto de 1986 e encontrada morta em Bebington, no noroeste da Inglaterra, perto de Liverpool. A jovem estava voltando para casa do trabalho quando foi atacada e abusada sexualmente.
O Tribunal de Apelação de Londres o absolveu, sinalizando que o DNA encontrado na vítima não correspondia ao seu. Quando soube da decisão, Sullivan, que assistiu à audiência por videoconferência da prisão de Wakefield, no norte da Inglaterra, não conseguiu conter as lágrimas.
Em uma declaração lida por sua advogada, Sarah Myatt, do lado de fora do Royal Courts of Justice, que abriga o Tribunal de Apelação, Sullivan disse que não estava “enojado” ou “amargurado”. “Perdi minha liberdade há quatro décadas por um crime que não cometi. O que aconteceu comigo foi muito injusto, mas isso não diminui a gravidade do que aconteceu… Foi uma perda de vida desumana e terrível”, disse o homem de 68 anos, por meio de sua advogada.
Na declaração, Sullivan observou que “agora percebemos quão diferentes são os tempos em que vivemos devido aos avanços científicos, às práticas legais e aos métodos de investigação e interrogatório policial”. Myatt considerou a decisão como “um momento sem precedentes e histórico”.
Após o assassinato de Diane Sindall, Sullivan foi preso no mês seguinte e condenado em novembro de 1987. A irmã de Peter Sullivan, Kim Smith, expressou emoção do lado de fora do Tribunal de Apelação, acrescentando: “É uma vergonha que tudo isso tenha acontecido”.
A polícia de Merseyside disse que não havia testes de DNA disponíveis na investigação original sobre Sullivan e que a polícia está comprometida em “fazer o possível” para encontrar o culpado. “Infelizmente, o DNA identificado não corresponde a nenhum dos que temos no banco de dados nacional”, disse Karen Jaundrill, chefe da investigação.
Apesar de tudo, Jaundrill está confiante em encontrar o assassino. “Acreditamos que há pessoas que têm informações ou suspeitas sobre o assassinato de Diane em 1986, e eu as incentivo a se apresentarem, pois as informações que elas têm podem ser essenciais para descobrir a quem pertence o DNA”, disse.
*Com informações da AFP
Publicado por Nátaly Tenório