Oi acelera fim do STFC e projeta economia de R$ 2,5 bilhões até o fim do ano
A Oi informou nesta quarta-feira, 15, que pretende concluir até o fim de 2025 a desmobilização das redes legadas herdadas da concessão do STFC, com economia estimada de R$ 2,5 bilhões. A companhia já economizou R$ 1 bilhão entre janeiro de 2024 e março de 2025, segundo os dados do balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano, divulgado hoje, 14.
A aceleração do desligamento do legado está diretamente associada à transição da empresa para o modelo de autorização, cujo termo foi assinado em novembro de 2024. A expectativa da operadora é reduzir de 86,5 mil para apenas 2 o número de centrais ativas ao final do processo, eliminando obrigações regulatórias que encarecem a operação.
Entre os projetos mais avançados estão a migração completa de clientes para soluções digitais e o cumprimento do plano de Carrier of Last Resort (COLR). Até julho de 2025, a empresa espera atender 100% das localidades previstas no COLR. Também está em curso a adaptação de interconexões, com 72% da meta a ser cumprida até junho e os 28% restantes até setembro deste ano. A forma como o atendimento das obrigações será comprovada ainda está em debate na Anatel, no entanto.
Legado cai a apenas 15% da receita
A receita líquida consolidada da Oi com operações continuadas segue impactada pelo declínio dos serviços legados, que hoje representam apenas 15% do total. Esse percentual deverá ser reduzido nos próximos trimestres, segundo a apresentação da companhia aos investidores.
Ao mesmo tempo, a empresa observa crescimento gradual nas novas linhas de receita. A Oi Soluções, principal unidade de negócios da Nova Oi, manteve estratégia seletiva, focando em margens saudáveis. Já as subsidiárias, entre elas a recém-criada Oi Services, registraram avanço de 19% na receita anual.
Despesas e capex em queda
A política de contenção de custos também impactou positivamente o trimestre. As despesas operacionais de rotina caíram em várias frentes, incluindo manutenção de rede (-6,3%) e pessoal (-7,9%). O capex representou apenas 5% da receita no trimestre, refletindo a postura conservadora da companhia frente ao cenário ainda pressionado por dívidas e transição operacional.
O fluxo de caixa foi reforçado por recebimentos relacionados a créditos tributários (PIS/Cofins) e venda de imóveis. Por outro lado, a ausência de caixa na venda da unidade ClientCo foi parcialmente compensada por operações não-core e pagamento a credores previstos no plano de recuperação judicial.
A dívida líquida ajustada da operadora, calculada a valor justo, teve queda de 61% em um ano, mesmo com a emissão do novo financiamento aprovada no contexto do PRJ. A empresa ainda prevê novas vendas de ativos, como a UPI V.tal, e reitera o compromisso com a racionalização de custos.
A Oi registrou receita líquida de R$ 1,43 bilhão no primeiro trimestre, baixa de 34,3%. A receita da Oi Soluções encolheu 21,8%, para R$ 371 milhões, muito em função da retração no legado. A receita das subsidiárias (Tahto e Serede), cresceu 19% na comparação anual.
O EBITDA de rotina da companhia permanece negativo, em R$ 445 milhões (ante resultado negativo de R$ 201 milhões no mesmo período de 2024). Segundo a empresa, ainda pressionado por questões do legado e investimentos na operação de fibra, repassada no começo do ano à V.tal.
No trimestre, a Oi apresentou queima de R$ 316 milhões do caixa, finalizando março com R$ 1,45 bilhão em reservas. A dívida líquida caiu 61,2% em um ano, de R$ 25,4 bilhões para R$ 9,8 bilhões.
O post Oi acelera fim do STFC e projeta economia de R$ 2,5 bilhões até o fim do ano apareceu primeiro em TeleSíntese.