Debatendo inovação: executivos discutem quando tomar riscos diante das novas tecnologias

Realizado na última sexta-feira (16), o IT Forum Na Mata de maio trouxe à tona mais um debate relevante para executivos de Tecnologia: quando adotar novas soluções e como fazê-lo. Em um dos painéis do evento, a organização reuniu quatro líderes de empresas fornecedoras de tecnologia para discutir o tema. Estavam presentes Gustavo De Martini, country leader da Cronapp; Luis Franco, diretor de Tecnologia da Axway; Fábio Camara, CEO da Engemon IT; e Rodrigo Colen, CEO e sócio-fundador da Tripla.
A conversa, moderada pelo editor-assistente do IT Forum, Rafael Romer, começou com uma provocação: como ajudar os clientes a lidar com o desafio de equilibrar inovação e legado diante da chegada de novas tecnologias?
De acordo com Camara, essa não é uma questão exclusiva dos compradores, mas também das próprias fornecedoras, e a resposta está na base. “Quando a gente fala de legado, uma coisa que todos os executivos trazem é inovação, mas a inovação muda conforme a comunidade vai mudando. E, para sustentar isso, é preciso ter uma estrutura muito bem consolidada, de parceiros ou de equipe, para que seja possível formar esquadrões voltados à inovação.”
Leia mais: Zup, do Itaú Unibanco, faz rebranding da StackSpot AI
O argumento foi compartilhado por Franco, da Axway, que acrescentou a visão de que, cada vez mais, os dois extremos precisarão coexistir, garantindo a sustentabilidade, inclusive financeira, das organizações. Ao tratar de inovação, o executivo também trouxe à tona um dos principais pontos de discussão sobre o tema: a inteligência artificial.
Apesar do hype, em sua visão, as empresas já demonstram maior consciência antes de adotar essa tecnologia. Para Camara, essa cautela está relacionada às projeções de risco. “Acredito que, no mercado de tecnologia, de forma geral, o executivo de TI tende a evitar riscos”, afirma. O CEO ressaltou ainda que, nesse contexto, é importante lembrar que inovação vai além da tendência — trata-se de fazer algo de maneira distinta.
Como fornecedor de tecnologia, Colen, da Tripla, afirmou que utiliza a escuta ativa como principal ferramenta para apoiar seus clientes em processos inovadores. “Risco nada mais é do que probabilidade versus impacto. E, se o executivo responsável pela decisão disser que quer seguir adiante, independentemente dos custos, eu mudo minha abordagem de análise de risco para uma atuação focada na mitigação.”
Ao longo do debate, os participantes concordaram que a escolha da solução em si é o menor dos desafios — o método de adesão, sim, pode ser determinante para o sucesso ou não da iniciativa. “Acredito que, quanto mais pragmática for a decisão, melhor. Há situações em que não vale a pena, por mais vontade que se tenha, devido ao esforço necessário para realizar a mudança”, afirmou De Martini, da Cronapp.
O painel também abordou a importância de cumprir o time to market e, para isso, compreender as reais necessidades de cada organização antes de decidir entre desenvolver uma solução internamente ou contratar um fornecedor.
“Acredito que as empresas devem, cada vez mais, concentrar-se no que é o core do negócio e deixar para outras companhias aquilo que não faz parte desse núcleo. Até porque, no Brasil, a maioria das empresas não possui o know-how nem os recursos financeiros necessários para investir nesse tipo de desenvolvimento”, concluiu Colen, CEO e sócio-fundador da Tripla.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!