Alloha inicia última etapa de integração de redes e investe R$ 130 milhões em backbone IP unificado

A Alloha Fibra iniciou a etapa final de consolidação de sua infraestrutura de telecomunicações com a construção de um novo backbone IP unificado. O investimento total será de R$ 130 milhões, dos quais R$ 45 milhões já foram aplicados em 2024 e R$ 85 milhões previstos para o ciclo de 2025 a 2027. A operadora busca integrar todas as redes legadas adquiridas nos últimos anos em uma estrutura nacional automatizada, com tecnologia segment routing v6 (SRv6) substituindo a arquitetura MPLS.

Alloha Fabio Abreu
Fábio Abreu, VP de redes da Alloha Fibra

O novo core IP será distribuído por 64 pontos de presença (POPs) dentro da própria rede da Alloha — que hoje conta com 1.600 POPs e 150 mil quilômetros de fibra óptica espalhados por 869 cidades. A empresa não construirá novos data centers, mas fará atualizações nas unidades escolhidas para comportar os novos equipamentos de alta capacidade, com interfaces de até 400 Gbps.

Huawei venceu RFP com proposta de automação SDN

A Huawei foi selecionada como fornecedora após uma RFP que durou seis meses e contou com oito concorrentes. Segundo Fabio Abreu, vice-presidente de redes e serviços aos clientes da Alloha, a escolha foi baseada na capacidade de automação da solução SDN apresentada pela empresa chinesa, que permite configurar serviços IP de alta capacidade em poucos dias.

A nova plataforma permitirá, por exemplo, a ativação de links B2B em até 10 dias — processo que hoje pode levar até 30 dias. A modernização também inclui a conclusão do projeto DWDM nacional, iniciado em 2023, que contemplou cerca de 10 mil km de rotas ópticas entre o Nordeste e o Sudeste. Passou por polos importantes, como Recife, Aracaju, Salvador, Belém, São Luís, Teresina, Imperatriz e chegando a Brasília, um dos principais hubs de interconexão do país.

Como forma de ampliar o escoamento de tráfego dessas regiões, as principais fontes de conteúdo e pontos de troca de tráfego no Sudeste, Centro-Oeste, e outras quatro rotas no Norte e Nordeste estão em fase de execução, com previsão de término para o fim do primeiro semestre deste ano. Esse processo de modernização permitirá à companhia conectar sua rede do Norte e Nordeste à região Sudeste em alta capacidade e baixa latência às principais empresas fornecedoras de conteúdo do Brasil.

Rede unificada melhora operação e reduz custo

Com a integração das redes IP das empresas adquiridas, a Alloha deixará de operar com múltiplos sistemas autônomos (ASNs) regionais. Isso permitirá à operadora negociar diretamente como um dos maiores geradores de tráfego do país, o que deve resultar em redução de custos com trânsito IP e maior competitividade no mercado de atacado.

“Nosso foco é fazer um crescimento sustentável com uma gestão financeira sólida e responsável. Com taxa de juros alta, não dá pra brincar com o caixa. Esse investimento faz parte do planejamento que já havíamos feito, com recursos organizados para garantir a qualidade do serviço ao cliente e a continuidade da expansão, sem comprometer a liquidez da companhia”, afirmou Lourival Luz, CEO da companhia, ao Tele.Síntese.

Segundo Abreu, a migração tecnológica do backbone da Alloha beneficia também os cerca de 1,6 milhão de clientes residenciais e corporativos da empresa, além dos mais de 400 ISPs que operam sobre sua infraestrutura. “Com o conteúdo mais próximo do cliente, ganhamos em latência, disponibilidade e experiência de uso”, afirmou.

Para suportar a nova estrutura de backbone IP, a Alloha está usará dispositivo de rede ROADM (Multiplexador Óptico de Adição/Remoção Reconfigurável), tecnologia com canais de 400 e 600G Gbps e maiores alcances de sistemas sem necessidade de regeneração óptica.

O projeto deverá estar concluído em 18 meses. A expectativa é que, ao final, a Alloha tenha uma rede moderna, escalável e preparada para novas aquisições. “Essa é a última fronteira da integração. Com essa base, conseguimos entregar mais qualidade e velocidade na ativação de novos serviços”, concluiu Abreu.

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