EF aposta em tutor com inteligência artificial para acelerar aprendizado de inglês no Brasil

EF

A EF Education First, multinacional suíça especializada em ensino de idiomas, utiliza inteligência artificial para acelerar o aprendizado de inglês no Brasil. A tecnologia, chamada AI Conversations, funciona como um tutor virtual que oferece conversação individual ilimitada aos estudantes.

Eduardo Santo, vice-presidente sênior e diretor-geral para América Latina da EF, explicou em entrevista que a ferramenta já é utilizada por aproximadamente 750 mil alunos em redes públicas de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás, além da República Dominicana.

“O tutor com IA permite acelerar esta prática em larga escala, oferecendo oportunidades de conversação 1:1 ilimitadas em cenários realistas, contextualizados, e com baixa pressão”, afirmou Santo.

Leia também: Ex-militar americano transforma Brasil no segundo maior mercado da Mendix

Como funciona a tecnologia

O sistema integra quatro habilidades necessárias para o domínio de um idioma: leitura, escrita, fala e escuta. Cada sessão é personalizada conforme o nível atual do estudante e termina com feedback específico sobre como continuar evoluindo.

A plataforma conta com mais de 2.300 cenários que simulam situações reais. Pesquisas internas da EF, baseadas em cerca de 1 milhão de aulas ao vivo, indicam que alunos que falam pelo menos 1.000 palavras por semana progridem mais rapidamente que aqueles que não atingem esse volume.

Resultados no Paraná

No Paraná, a implementação da plataforma resultou em crescimento de 32,5% na pontuação média da prova de língua inglesa entre 2021 e 2023. O resultado considera aproximadamente 750 mil alunos dos mesmos anos escolares que realizaram a avaliação nos dois períodos.

Santo ressaltou que outros fatores contribuíram para o resultado, incluindo formação continuada de cerca de 4 mil professores da rede, orientação pedagógica e acompanhamento semanal dos indicadores do projeto.

Proteção de dados

A empresa afirma seguir padrões internacionais de proteção de dados, incluindo GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia) e LGPD no Brasil. Segundo Santo, todos os dados coletados são anonimizados quando utilizados para treinar modelos de inteligência artificial.

A coleta ocorre com consentimento do usuário, e a segurança é reforçada por criptografia e hospedagem em servidores da Amazon Web Services (AWS).

Papel do professor

A EF defende que a inteligência artificial não substitui o professor, mas complementa seu trabalho. “As conexões humanas continuam sendo fundamentais para a comunicação e o aprendizado”, disse Santo.

Segundo ele, a tecnologia permite que professores conheçam melhor as necessidades individuais de cada aluno e atuem de forma mais personalizada. O modelo torna a aprendizagem centrada no estudante, que pode estudar conforme seu nível de proficiência e ritmo próprio.

Expansão e acessibilidade

A empresa planeja expandir a tecnologia para outros idiomas e países. Atualmente, a solução está disponível para inglês em todos os países onde a EF atua.

Para locais com acesso limitado à internet, a escola virtual oferece funcionalidades offline. Isso já acontece em projetos com redes públicas que incluem escolas rurais e indígenas.

Financiamento

A adoção em escolas públicas ocorre por meio de parcerias comerciais com Secretarias de Educação estaduais e Ministérios de Educação. Cada estado define o formato de utilização conforme suas estratégias pedagógicas.

A EF utiliza serviços em nuvem da AWS para hospedar a plataforma, permitindo funcionamento com estabilidade em escala global. A empresa não divulgou valores dos contratos com as redes públicas.

Sustentabilidade dos resultados

Santo afirmou que o progresso percebido nas primeiras aulas reflete ganho de confiança e engajamento, mas o modelo é sustentável a longo prazo devido ao feedback contínuo e integração com aulas ao vivo.

A empresa acompanha uso, progresso e feedbacks de milhões de alunos para entender como a inteligência artificial contribui para o sucesso dos estudantes e medir o impacto nos negócios.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!