Confiança digital já integra estratégia de 93% das empresas, aponta estudo da Unico

A confiança passou a ser tratada como elemento estratégico por 93% das empresas brasileiras, segundo estudo apresentado pela Unico em parceria com o TEC Institute e a MIT Technology Review Brasil, durante a Febraban Tech 2025. O levantamento ouviu executivos das áreas de tecnologia, segurança e produto em bancos e empresas de outros setores.
A pesquisa aponta que a percepção de segurança e a proteção de dados influenciam diretamente a tomada de decisões no ambiente digital. Segundo Guilherme Ribenboim, head da Unico no Brasil, a companhia pretende se consolidar como uma infraestrutura de confiança para clientes e parceiros. “Com o aumento das ameaças digitais, a confiança se tornou um diferencial competitivo e um fator crítico nas decisões de negócios”, diz.
Um dos destaques do estudo é a integração da identidade digital à experiência do usuário: 90% das empresas já incorporam essa camada ao fluxo de produto, e 88% desenvolvem soluções de autenticação com foco na redução de atritos. A estratégia visa alinhar segurança com fluidez de navegação.
“Estamos diante de uma mudança de paradigma. Segurança e experiência do cliente não são mais opostos. São complementares”, afirma Rafael Coimbra, editor-executivo da MIT Technology Review.
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Adoção de autenticação adaptativa avança no setor financeiro
A pesquisa também mostra que 67% das empresas adotaram autenticação passiva e adaptativa — tecnologias que funcionam em segundo plano e ajustam os níveis de segurança com base no comportamento e no contexto do usuário. No setor financeiro, essa taxa chega a 82%.
Em relação ao monitoramento da confiança, 77% das empresas já utilizam indicadores como taxas de conversão, abandono e tempo de autenticação. Os dados são analisados com o objetivo de entender o impacto da segurança na jornada do cliente. No entanto, 23% dos entrevistados ainda não adotaram métricas formais para esse acompanhamento.
A governança da confiança também aparece como um desafio. Embora 81% das empresas tenham lideranças dedicadas ao tema, 16% ainda operam sem um responsável específico — o que pode afetar a consistência de políticas de segurança, especialmente diante de ambientes regulatórios mais exigentes.
Próximos passos
Segundo Ribenboim, o próximo desafio será ampliar o uso de soluções que já demonstraram eficácia, como identidade digital integrada e autenticação adaptativa em toda a jornada do cliente. “Também é necessário consolidar métricas que nos ajudem a medir o impacto da confiança nas estratégias de negócio”, afirma.
Coimbra destaca que a tendência é que empresas passem a estruturar áreas específicas para tratar do tema. “A governança da confiança deve ser transversal, conectando segurança, experiência, marketing e compliance”, conclui.
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