Versão final do Plano Brasileiro de IA define setores prioritários e ações imediatas
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou nesta semana a versão final do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que estabelece as diretrizes para o desenvolvimento ético e sustentável da IA no país até 2028. O plano prevê R$ 23,03 bilhões em investimentos públicos e privados, distribuídos entre ações de curto prazo e programas estruturantes de médio e longo prazo.
O documento foi construído com participação de 117 instituições públicas, privadas e da sociedade civil, e articula cinco eixos centrais: infraestrutura, capacitação, setor público, inovação empresarial e regulação.
Objetivo central e princípios
Segundo o PBIA, a meta principal é “promover o desenvolvimento, a disponibilização e o uso da IA no Brasil orientada à solução dos grandes desafios nacionais, sociais, econômicos, ambientais e culturais”, respeitando direitos individuais e coletivos, soberania de dados e proteção ao trabalho.
Entre as premissas, estão a sustentabilidade, valorização da diversidade, alinhamento com o Plano de Transição Ecológica e com a política industrial (Nova Indústria Brasil) e compromisso com ética, transparência e governança participativa.
Ações de impacto imediato: 9 setores prioritários
O plano destina R$ 435 milhões para 30 ações de impacto imediato, voltadas a problemas específicos e com resultados esperados em até 12 meses. As iniciativas cobrem nove setores:
- Saúde (ex: prontuário falado no SUS)
- Agricultura e pecuária
- Meio ambiente, clima e sustentabilidade
- Indústria, comércio e serviços
- Educação
- Desenvolvimento social
- Gestão de serviços públicos
- Trabalho e emprego
- Defesa, segurança pública e cibernética
As ações foram agrupadas em três tipos: novas, em curso com apoio da Finep, e aguardando fonte orçamentária.
Ações estruturantes: cinco eixos e 98% do orçamento
Com R$ 22,6 bilhões previstos, as ações estruturantes visam consolidar capacidades tecnológicas e institucionais. Os cinco eixos são:
- Infraestrutura e desenvolvimento de IA (R$ 5,79 bi): inclui supercomputação, nuvem soberana, redes e dados públicos.
- Difusão, formação e capacitação (R$ 1,15 bi): prevê qualificação de 20 mil profissionais/ano até 2028.
- IA para serviços públicos (R$ 1,76 bi): envolve, por exemplo, plataforma de IA para o governo federal.
- IA para inovação empresarial (R$ 13,79 bi): fomento à adoção de IA na indústria e apoio a MPMEs.
- Regulação e governança da IA (R$ 103 mi): criação de centro de transparência algorítmica, guias éticos e comitê nacional de ética.
Cada programa tem metas, indicadores e prazos definidos até 2028.
Nove janelas de oportunidade para o Brasil
O plano identifica nove áreas em que o Brasil pode exercer liderança estratégica:
- IA com baixo impacto ambiental
- Monitoramento ambiental e biodiversidade
- Soluções em saúde pública e SUS
- IA na agricultura
- Redução de desigualdades
- Tecnologias adaptadas à realidade brasileira
- Melhoria da administração pública
- Pesquisa científica de ponta
- Formação e retenção de talentos
Regulação da IA: ética, transparência e influência internacional
O PBIA propõe aprovar e implementar até 2027 um marco regulatório nacional para IA, com diretrizes para uso ético, criação de um comitê multissetorial de ética e estabelecimento de padrões de avaliação de risco em setores críticos.
Também está prevista a consolidação do Observatório Brasileiro de IA e o lançamento de guias nacionais sobre IA ética, além da criação de um Centro Nacional de Transparência Algorítmica.
Aqui, a versão final do PBIA. (Com assessoria de imprensa)
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