Sean ‘Diddy’ Combs é condenado por transporte para prostituição, mas absolvido de acusações mais graves

O rapper e produtor musical Sean “Diddy” Combs foi considerado culpado por transporte para fins de prostituição em julgamento concluído nesta quarta-feira (2) em Nova York, nos Estados Unidos. No entanto, ele foi absolvido das acusações mais graves de tráfico sexual e conspiração para extorsão, que poderiam lhe render penas mais severas.
Preso desde setembro de 2024, Diddy nega todas as acusações. Seu advogado, Marc Agnifilo, já solicitou à Justiça que ele seja liberado da prisão até a sentença, alegando que esta é sua primeira condenação e que os crimes pelos quais foi responsabilizado têm natureza distinta das denúncias originais. A promotoria, por sua vez, se opõe à soltura e afirma que pedirá a pena máxima de 20 anos de prisão.
Diddy, de 54 anos, é um dos nomes mais influentes da indústria musical americana. Fundador da gravadora Bad Boy Records, ele lançou artistas como Usher, Mary J. Blige e Notorious B.I.G., e foi descrito pela revista Time como “o homem mais onipresente do hip-hop”. Sua reputação começou a desmoronar no fim de 2023, após acusações feitas por sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura. Ela afirmou ter sido coagida, drogada e estuprada durante o relacionamento, em eventos descritos como “freak offs” — festas sexuais organizadas pelo rapper. Cassie retirou a denúncia após um acordo financeiro, mas o caso motivou outras vítimas a se manifestarem.
Em março de 2024, duas mansões de Diddy foram alvo de buscas por agentes federais. Em maio, veio à tona um vídeo de 2016 no qual ele aparece agredindo Cassie em um hotel de Los Angeles. Poucos meses depois, ele foi preso e acusado formalmente de tráfico sexual, associação criminosa e transporte para prostituição.
O julgamento
O julgamento, iniciado em maio de 2025, durou quase dois meses. O júri, composto por 12 pessoas, ouviu dezenas de testemunhos e assistiu a vídeos e imagens apresentados pela acusação. A promotoria argumentou que Diddy utilizou sua posição de poder para manipular e coagir mulheres, incluindo Cassie e uma segunda ex-namorada identificada como “Jane Doe” (nome usado nos Estados Unidos para proteger vítimas e testemunhas). Ambas relataram abusos físicos e psicológicos, e afirmaram ter sido forçadas a manter relações sexuais com acompanhantes, a pedido do músico.
Cassie afirmou que, durante o relacionamento, o artista controlava sua vida por completo e descreveu episódios de violência, como cortes, chutes e estupros. Chorando em seu depoimento, ela contou que chegou a pensar em suicídio dois anos atrás. A defesa de Diddy negou as acusações e alegou que os relatos foram exagerados ou distorcidos. Os advogados afirmaram que o rapper levava um “estilo de vida alternativo”, com uso recreativo de drogas e envolvimento consensual em práticas sexuais. “Não se trata de crime, trata-se de dinheiro”, afirmou o advogado Marc Agnifilo, sugerindo que as denunciantes agiram por interesses financeiros. Diddy não depôs durante o julgamento. Ao receber o veredito, fez um gesto de oração em direção ao júri.
Próximos passos
A sentença ainda não tem data definida. Combs pode pegar até 10 anos de prisão pelas duas acusações das quais foi considerado culpado. Especialistas avaliam que, por ser réu primário, é improvável que ele receba a pena máxima.
Do lado de fora do tribunal, manifestantes e jornalistas acompanharam a divulgação do veredito. A promotora Maurene Comey afirmou que o governo federal trabalhará para garantir a punição mais severa possível. Enquanto isso, a equipe de defesa de Diddy se disse “satisfeita” com a absolvição nas acusações mais graves.
*Reportagem produzida com auxílio de IA