Ministros das Finanças do Brics pedem reforma urgente do FMI e do Banco Mundial

A reunião dos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do Brics terminou neste sábado com um apelo “urgente” para reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), e para fazer progressos no financiamento climático. Em uma declaração conjunta adotada por consenso na véspera da cúpula dos líderes do grupo, os chefes de finanças dos 11 países do Brics pediram o fortalecimento da cooperação do Sul Global e um modelo de desenvolvimento mais justo e equitativo.

Eles observaram que, embora os países do grupo respondam por quase metade da população mundial, 40% do produto interno bruto (PIB) global e um quarto do comércio e dos investimentos mundiais, “é preciso fazer mais” para garantir que os benefícios da globalização sejam distribuídos de forma mais equitativa.  Os ministros também reconheceram os “desafios” impostos pela crise climática, que tem causado estragos, como as recentes enchentes no estado americano do Texas, que já deixaram mais de 30 mortos.

Eles pediram explicitamente que o setor privado e as economias avançadas forneçam financiamento “substancial” para a ação climática, especialmente nos países em desenvolvimento. “O financiamento climático previsível e acessível é indispensável para transições justas”, diz a declaração.

Um dos temas prioritários da reunião foi a necessidade “urgente” de reformar as instituições de Bretton Woods, especialmente FMI e BM, para refletir a transformação da economia global e a crescente influência dos países em desenvolvimento. “A voz e a representação dos países emergentes e em desenvolvimento no FMI e no Banco Mundial devem refletir seu peso crescente na economia mundial”, exigiram.

Na reunião, os ministros também confirmaram seu apoio à assinatura de uma convenção tributária das Nações Unidas, destacando a importância de estabelecer um sistema tributário global mais “inclusivo” que “garanta que os super-ricos paguem sua parte justa”. Esse acordo busca abordar as disparidades tributárias globais e promover a cooperação entre países para combater a evasão fiscal e os fluxos financeiros ilícitos, promovendo maior equidade na distribuição de recursos em nível global.

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Os ministros de Finanças também destacaram o papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics no estímulo à mobilização de recursos e projetos de desenvolvimento sustentável, ajudando a reduzir as desigualdades. O grupo Brics foi inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros plenos: Egito, Irã, Emirados Árabes, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia, e recentemente anunciou a incorporação de Colômbia e Uzbequistão.

*Com informações da EFE