Edinho Silva é eleito presidente nacional do PT com apoio de Lula e comandará partido até 2029

O ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva, de 60 anos, foi eleito neste domingo (6) presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) para um mandato até 2029. Com apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Edinho venceu a disputa interna no primeiro turno com 73,48% dos votos. Segundo números divulgados pelo presidente interino do partido, senador Humberto Costa (PE), Edinho recebeu 239.144 votos, superando o deputado federal Rui Falcão (11,15%), Romênio Pereira (11,06%) e Valter Pomar (4,3%).
A votação ainda não foi concluída em estados como Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Pará, Paraná e Rio de Janeiro, mas os votos restantes não devem alterar o resultado. A posse do novo presidente está prevista para agosto, durante o encontro nacional da legenda em Brasília. Ele substitui Humberto Costa, que ocupava a presidência interinamente após a saída da deputada Gleisi Hoffmann (PR), atual ministra das Relações Institucionais.
Edinho assume o comando do PT com a responsabilidade de liderar a legenda nas eleições de 2026, consideradas decisivas para o futuro da legenda. Internamente, há o entendimento de que a principal missão é garantir a reeleição de Lula à Presidência da República. “O partido tem que se unificar para enfrentar as dificuldades e obter sucesso naquilo que é o centro da nossa tática, que é a reeleição do presidente Lula”, afirmou Edinho após o anúncio do resultado.
Ele também destacou que será necessário montar uma política de alianças estado por estado, levando em conta as realidades locais, e que o PT deve estar preparado para disputar eleições futuras sem a presença de Lula nas urnas. “O sucessor do presidente não será um nome. O sucessor do presidente Lula será o PT”, declarou.
A eleição de Edinho Silva à presidência do PT contou com o respaldo da maior figura do PT, que articulou internamente para unificar o partido em torno do ex-prefeito. Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais e ex-presidente da sigla, também endossou a candidatura. Inicialmente, Edinho enfrentou resistência dentro da corrente dominante do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), mas o apoio de Lula foi determinante para a consolidação de seu nome.
Durante a campanha, Edinho destacou que o partido precisa retomar o diálogo com suas bases e enfrentar dificuldades para se comunicar com a nova classe trabalhadora. Segundo ele, o PT deve modernizar sua atuação e voltar a disputar “corações e mentes” especialmente nas periferias. Um dos desafios centrais será ampliar alianças para garantir a reeleição de Lula em 2026, além de preparar o partido para uma transição futura.
Edinho também defende mais atenção à comunicação partidária e à formulação de propostas para temas como segurança pública e transporte. Ele pretende dialogar com setores como os evangélicos e a classe média, com os quais o PT reconhece ter perdido conexão. A eleição de Edinho deve ainda reduzir tensões entre o partido e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alvo de críticas sob a gestão anterior.
Filiado ao PT desde 1985, o novo presidente do partido é sociólogo formado pela Unesp e mestre em engenharia de produção pela UFSCar. Ele iniciou a carreira política como vereador e foi prefeito de Araraquara por quatro mandatos. Também foi deputado estadual, presidente do PT em São Paulo, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014 e ministro da Comunicação Social no governo Dilma. Investigado durante a Operação Lava Jato por supostas doações ilegais de campanha, Edinho teve o inquérito arquivado pela Justiça Eleitoral em 2024.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA