Mignow acelera internacionalização e já tem mais da metade de projetos fora do Brasil

Paulo Secco, CEO da Mignow, sorrindo em um retrato de meio corpo com fundo neutro, vestindo uma camisa preta

Os planos de internacionalização da Mignow estão a todo vapor. Em uma jornada de expansão para novas geografias desde o ano passado, a consultoria paulistana, especialista no uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) para a migração de sistemas SAP, já concentra a maior parte de seus projetos ativos fora do mercado brasileiro.

“Principalmente do meio do ano passado para cá, já temos cerca de 33 projetos em andamento. Mais da metade é fora do Brasil”, contou Paulo Secco, CEO da Mignow, em conversa com o IT Forum. Além do país de origem, a empresa atua hoje em mercados como Colômbia, México, Estados Unidos e em algumas regiões da Europa.

O avanço internacional da companhia é resultado do sucesso obtido com clientes brasileiros em projetos de migração do SAP – especialmente entre aqueles que ainda utilizam o ECC e desejam migrar para a plataforma em nuvem SAP S/4HANA. O suporte oficial ao ERP legado da fabricante alemã tem encerramento previsto para dezembro de 2027. Clientes podem receber suporte estendido até 2033, mas precisarão pagar um valor adicional.

No final do ano passado, o Gartner estimou que apenas 39% dos 35 mil clientes do ECC no mundo já haviam migrado para o S/4HANA. No ritmo atual de evolução, a consultoria projeta que cerca de 17 mil clientes ainda permanecerão no ECC até 2027.

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Os dados da própria Mignow sugerem um cenário semelhante no Brasil, mas com um ritmo de adoção da plataforma em nuvem mais animador. Um dos motivos que têm puxado a migração no Brasil é o processo da reforma tributária, que tem acelerado iniciativas de atualização de ERP de empresas que buscam adequação às novas regras. “O Brasil está um pouco mais avançado nesse processo. A gente sente a diferença entre as regiões e estamos indo muito bem”, explicou Secco. “O Rise with SAP, no Brasil, é o carro-chefe”.

Na América Latina, Chile e Colômbia têm sido os principais vetores de crescimento da empresa fora do território nacional. No mês passado, a companhia fechou seu primeiro projeto no México, com a companhia aérea Volaris, mas ainda percebe um avanço mais lento no país. “O México é, talvez, um dos países com mais atraso no processo de conversão”, disse o CEO.

Não surpreende também que os Estados Unidos sejam outro pólo de crescimento. Em janeiro, a Mignow inaugurou um escritório em Miami para alcançar uma base potencial de 4,3 mil clientes. Esteban Berenstein foi o executivo designado como responsável pela operação da empresa na América do Norte. Em maio, a Mignow participou do SAP Sapphire, em Orlando, para “de fato pôr o pé” nos Estados Unidos, como relata o CEO. “Já começamos a converter isso em vendas. Foi fantástico”, afirmou.

Por fim, há também uma expansão voltada ao mercado europeu, com foco em países como França, Bélgica e Holanda. Veterano da SAP, Marco van Loenen é o responsável pelas operações na região. Entre os cases de destaque, está a migração de sistemas do Aeroporto de Copenhague (CPH), na Dinamarca.

“Após os Estados Unidos engrenarem, a Europa será o próximo estágio da jornada. Mantemos uma estrutura para aquecer e, quando chegar o plano de expansão na região, vamos conseguir fazer o processo mais rápido”, explica Secco.

Mignow busca evolução do cliente

A expansão internacional da Mignow já impacta significativamente o crescimento da companhia. Secco evita divulgar números sobre os resultados projetados, mas estima que a empresa mais que dobrará seu desempenho neste ano. A migração do ECC para sistemas em nuvem continua sendo um dos principais focos, mas há outras soluções que também devem impulsionar os negócios da organização ao longo do ano.

No final de maio, a empresa lançou o Clean Core, uma solução que utiliza IA para recriar objetos defasados após migrações para o S/4HANA. O objetivo é manter o núcleo do sistema leve, escalável e alinhado às diretrizes da SAP, facilitando atualizações e reduzindo custos operacionais.

A ferramenta está inserida em uma nova área da Mignow – temporariamente chamada de “Customer Evolution” –, dedicada ao sucesso dos clientes no pós-migração. A meta é estreitar ainda mais o relacionamento com os atuais parceiros para compreender suas dores de negócio, melhorar os índices de adesão ao modelo de subscrição das ofertas da Mignow e mitigar o churn.

“Essa área vai ajudar o cliente a identificar onde precisa atuar. Vamos conseguir fornecer um mapa, por meio de tecnologia e análise de dados, com insights que o ajudem a tomar decisões”, explicou o CEO.

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