Brasil amplia supercomputador Santos Dumont em 575% com IA

Supercomputador Santos Dumont (Divulgação MCTI)
Supercomputador Santos Dumont (Divulgação MCTI)

O supercomputador Santos Dumont, instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), recebeu uma atualização que quadruplicou sua capacidade de processamento. A expansão marca o início da implementação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024–2028, que prevê R$ 23 bilhões em investimentos públicos para fortalecer a soberania tecnológica do Brasil na área de IA.

Com a nova configuração, o equipamento passa a operar com 18,85 petaflops, o que representa um salto de 575% em relação à capacidade original de 2015. Segundo o presidente do LNCC, Fábio Borges, “essa nova atualização tem como objetivo ampliar a capacidade de processamento, permitindo maior robustez nos cálculos destinados à pesquisa, especialmente com o uso de inteligência artificial”.

A atualização é conduzida pela Eviden, empresa do Grupo Atos especializada em computação de alto desempenho, que liderou a integração da nova arquitetura BullSequana XH3000. A infraestrutura passou a operar com processadores Intel Xeon Scalable de 4ª geração, GPUs NVIDIA H100, CPUs NVIDIA Grace, superchips Grace Hopper e APUs AMD Instinct MI300A. Ao todo, foram instaladas cinco partições principais com tecnologias voltadas ao processamento de IA em larga escala.

Eficiência energética como diferencial técnico

A operação do novo Santos Dumont é suportada por um sistema de resfriamento líquido direto (Direct Liquid Cooling – DLC), patenteado pela Eviden, que substitui os sistemas tradicionais de refrigeração a ar. A tecnologia permite capturar até 98,5% do calor gerado por processadores, redes e memórias, com uso de água em temperatura ambiente, e garante maior densidade computacional com menor consumo energético.

Cada rack pode operar com até 147 kW, ocupando apenas 7 m². Quase todos os nós estão instalados em seis racks da linha BullSequana XH3000. Com todo esse aparato tecnológico, o Brasil ampliou o supercomputador Santos Dumont em 575%.

Cooperação internacional e acesso aberto

A Eviden, que mantém parceria de mais de uma década com o LNCC, destacou o caráter estratégico do projeto. “Liderar e apoiar essa nova expansão do  Santos Dumont (supercomputador do Brasil) é motivo de grande orgulho para a equipe da Eviden”, afirmou Luis Casuscelli, Head de HPC na América do Sul. Já Márcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para a América Latina, declarou que “com cada nova atualização, a capacidade de processamento aumenta, os horizontes da pesquisa se expandem, e o supercomputador também se torna mais eficiente”.

O Santos Dumont pode ser solicitado por qualquer pesquisador ou instituição nacional e já foi utilizado em milhares de projetos científicos, incluindo o sequenciamento do genoma da COVID-19, realizado pela pesquisadora Ana Teresa Vasconcelos em 2020.

O supercomputador é uma infraestrutura pública sob responsabilidade do LNCC, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com apoio contínuo da Petrobras. (Com assessoria de imprensa)

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