Tecnologia que vence editais: como empresas do setor estão ganhando espaço nas licitações públicas

O setor público representa uma das maiores oportunidades de expansão para empresas de tecnologia no Brasil — agora com mais respaldo técnico. Apenas em 2024, o governo federal homologou mais de R$ 237 bilhões em compras públicas, número que sinaliza um mercado com enorme potencial, mas que exige preparo, qualificação e credibilidade das fornecedoras.
Com a entrada em vigor da Nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), tornou-se ainda mais importante apresentar diferenciais técnicos de forma transparente e objetiva. A nova legislação permite, inclusive, contratações diretas até R$ 59,9 mil, mas exige critérios de julgamento cada vez mais técnicos para contratações de maior porte.
As empresas públicas mais exigentes e alinhadas às melhores práticas têm elevado seu nível de exigência técnica, incluindo critérios qualitativos não subjetivos que garantem a escolha dos fornecedores mais qualificados e evitam a armadilha do “menor preço”. Nesse cenário, os estudos comparativos de mercado vêm ganhando força como recurso legítimo para comprovar a qualificação de fornecedores.
Por apresentarem uma análise de atuação de empresas de tecnologia com base em evidências de desempenho, capacidade de entrega, portfólio e inovação, e as classificarem em quadrantes competitivos reconhecidos internacionalmente, eles passam a ser uma importante ferramenta para ajudar no critério de avaliação. Por serem abrangentes, com mais de 20 de empresas analisadas, não restringem a concorrência plena e por isto, são aceitos pelos órgãos fiscalizadores como critério válido.
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Um marco recente dessa tendência foi a decisão de uma estatal que considerou o relatório ISG Provider Lens como critério técnico em uma de suas licitações. A iniciativa buscou garantir mais qualidade nos processos de contratação e reforçar a exigência por capacitação técnica real e comprovada.
A decisão foi validada após questionamento sobre a exigência de qualificações técnicas e certificações, considerado por alguns concorrentes como limitadoras. A estatal defendeu o uso de estudos como o ISG justamente por oferecerem isenção, imparcialidade e acesso gratuito à participação, abrindo espaço também para empresas emergentes que demonstram competência.
A participação em estudos como esse geralmente é gratuita, o que democratiza o acesso e permite que qualquer empresa seja avaliada com base em critérios objetivos. Em alguns deles, como é o caso do ISG Provider Lens, mesmo empresas brasileiras menores podem conquistar posições de destaque e se tornarem elegíveis para processos de licitação.
O reconhecimento de um fornecedor em quadrantes-chave com olhar focado no mercado brasileiro indica domínio tecnológico e capacidade comprovada de entrega. Incorporar esse resultado aos editais eleva o nível técnico das contratações públicas, exclui oportunistas e torna o processo mais transparente. Atualmente, as maiores demandas no sistema de governo estão relacionadas a serviços de tecnologias para desenvolvimento e gestão de aplicações, com destaque para soluções Microsoft, ERPs (SAP, Oracle e Totvs), infraestrutura, computação em nuvem e mainframe, este último ainda bastante presente na infraestrutura pública.
Além do respaldo técnico, os estudos de instituições sérias e reconhecidas globalmente também reforçam a segurança jurídica dos processos e contribuem para ampliar a visibilidade de empresas especializadas. Casos recentes comprovam a eficácia dessa abordagem: soluções desenvolvidas por empresas ranqueadas já foram escolhidas em grandes contratos públicos, como no Banco do Brasil, que passou por uma ampla modernização de seus canais digitais em parceria com uma empresa de tecnologia nacional, e na Caixa Econômica Federal, que implementou um novo sistema de atendimento com foco em agilidade e digitalização.
Empresas estatais que utilizam estes instrumentos, melhoram seu ecossistema de fornecedores e aceleram a transformação dos resultados enquanto que para empresas de tecnologia que buscam crescer no setor público, participar desses estudos representa um passo estratégico para reforçar a reputação, disputar contratos com mais segurança jurídica e se destacar pela excelência técnica — sem depender exclusivamente de certificações ou relações prévias com o setor.
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