Fabricante do Flipper Zero tenta liberar a venda do aparelho no Brasil

(crédito: Divulgação/Flipper Zero)

A Flipper Devices, fabricante do Flipper Zero (foto), está tentando liberar as vendas do aparelho no Brasil. A Anatel baniu o dispositivo do mercado local este ano após grande apreensão em março por considerá-lo uma ameaça à segurança das redes de telecomunicações e permitir que crimes – como clonagem de cartões e chaves eletrônicas – sejam realizados.

Segundo superintendente de fiscalização da Anatel, Hermano Tercius, a empresa já contatou a Anatel para saber como deve homologar o produto a fim de liberar a comercialização. “Estamos em conversas para explicar quais requisitos técnicos o dispositivo precisa atender para ter as vendas permitidas no país”, disse em entrevista ao Tele.Síntese.

A fabricante do aparelho, contou, está fazendo ajustes no equipamento para adequá-lo às exigências locais. Um dos requisitos necessários, exemplificou, é reduzir potencia e a sensibilidade a sinais captados pelo Flipper Zero.

“Com a redução que pedimos, não seria mais possível clonar chaves eletrônicas de carros à distância, seria preciso estar junto da pessoa com a chave para conseguir, o que já inibe o uso ilegítimo”, explicou Tercius.

Segundo o superintendente de fiscalização, as apreensões do aparelho continuam sendo realizadas periodicamente, conforme são identificadas tentativas de importação não autorizada nos Correios, em portos e em aeroportos.

Vale lembrar que, apesar de proibido no mercado local, é possível a qualquer empresa ou pesquisador importar legalmente o produto para fins científicos, desde que a Anatel autorize. Para tanto, é preciso passar por um processo no qual o pretendente informa seus dados, explica qual a finalidade do uso do Flipper Zero e assina termo de compromisso.

“Muita gente da indústria usa para testar equipamentos, como controles de segurança. Então entendemos que tem usos legítimos. Mas sua venda continua ilegal e as apreensões continuam acontecendo. Para usar no Brasil, é preciso comprovar a destinação legítima a fim de evitarmos fraudes”, falou.

Após a primeira grande apreensão do dispositivo pela Anatel, em março, marketplaces retiraram o produto de seus anúncios. Tanto Mercado Livre, como o OLX, passaram a impedir a venda do produto por considerar que sua oferta fere os termos de uso dos sites. Ao buscar pelo produto na OLX, o Tele.Síntese não obteve resultados. No Mercado Livre, encontramos muitos cases protetores e um único caso de venda do produto “usado”.

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