Chef de cozinha como enfrentou falta de incentivo dos pais e assédio na carreira: ‘As mulheres sabem revidar’
Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu a chef Luiza Zaidan. Em entrevista a Fabi Saad, ela contou sobre o início de sua carreira e os desafios que enfrentou na sua trajetória na gastronomia. “Sempre gostei de cozinhar, desde pequena sempre foi minha paixão. Quando estava chegando na fase de escolher a profissão, tinha certeza que queria cozinhar, mas, na época, gastronomia ainda não estava em alta e não tinha opções de cursos ou faculdades. Ou você fazia fora ou tinha duas alternativas aqui no Brasil. Bati de frente com meus pais. Fui convencendo. Hoje é [um curso] superbuscado e superconcorrido”, disse. “Fiz Anhembi Morumbi em São Paulo, a opção tinha que ser aqui. Eu já trabalhava com isso, vendia bolo e brigadeiro. Minha vida sempre foi empreendendo no mundo da gastronomia. Depois que me formei, fiz administração para complementar o trabalho que já tinha. Fiz estágio em cozinhas, trabalhei em cozinha. Eu gostava de cozinhar, mas o restaurante não era o que eu queria. Iria continuar de outra maneira”, descreveu.
Entre as maiores dificuldades da carreira, Zaidan conta que o assédio era uma realidade no trabalho. “Tinha assédio, sim, soube encarar de um jeito que não afetasse meu trabalho, estava lá para aprender. Talvez nos tempos de hoje tivesse feito algo mais sério. Dei meu chega para lá e segui minha vida. Não estou mais no mundo dos restaurantes, mas acredito que ainda tenha, infelizmente está no mundo. As mulheres sabem questionar, revidar isso, fica mais difícil de ter o assédio”, refletiu. Em suas receitas, a cozinheira conta que preserva a praticidade. Aos finais de semana, ela pode fazer receitas mais elaboradas, mas a dinâmica da rotina e da maternidade traz pratos mais rápidos. “Sou muito da culinária prática, a gente [mães] não têm tempo para ficar horas na cozinha. Durante a semana, quer agilidade”, pontuou.
Como conselho, ela incentiva que outras mulheres apaixonadas pela gastronomia invistam na área. Para ela, um prato preparado com amor pode, de fato, trazer uma experiência diferente para o consumidor. “Acreditem no sonho de vocês, não desista. A gente é muito forte e só nós mulheres conseguimos fazer tudo o que a gente faz”, opinou. “Não é fácil ser mulher, mas o que eu posso dizer é foco e disciplina para seguir o seu sonho. A cozinha é amor e paixão, tem outra conexão quando você cozinha para alguém com o trenzinho especial de amor, realmente faz diferença no produto final”, afirmou.
Como livro, ela indicou “Minha História”, a biografia de Michelle Obama. “Gostei muito de ler e conhecer a trajetória dessa mulher forte”, descreveu. Como filme, Luiza Zaidan citou alguns sucessos infanto-juvenis recentes, como “Frozen” e “Encanto”. “Atualmente vem na minha cabeça filmes infantis, muitos trazem conceitos muito legais. Tem uma história muito legal para aprender a aceitar o diferente e conviver”, refletiu. Como mulher positiva, ela definiu Ana Maria Braga como uma referência de força e inspiração. “Está aí há muitos anos, ensinando muita gente a cozinhar e tantas outras coisas. Eu participei de um quadro que ela tem, chamado Prato Feito. Foi muito divertido, uma experiência bem diferente”, concluiu.