Kaspersky encerra operações nos EUA após proibição do governo estadunidense

A empresa russa de cibersegurança, Kaspersky, anunciou que encerrará suas operações nos Estados Unidos a partir de 20 de julho de 2024, em resposta a uma recente proibição do governo dos EUA sobre a venda de seu software no país, devido a preocupações de segurança nacional.
O Departamento de Comércio dos EUA impôs a proibição em junho, citando riscos à segurança e à privacidade dos norte-americanos. Segundo o governo, a localização da empresa na Rússia aumenta a possibilidade de exploração das informações pessoais dos americanos. Em função disso, a Kaspersky considera que sua operação nos EUA “não é mais viável”.
Na segunda-feira, a jornalista independente Kim Zetter revelou que, aproximadamente, até 50 funcionários nos EUA serão afetados pelas demissões. Sawyer VanHorn, porta-voz da Kaspersky, confirmou a informação ao TechCrunch por e-mail nesta terça-feira (16), detalhando que a transição será gradual e mencionando que ele próprio está entre os funcionários demitidos.
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Inicialmente, a empresa buscava contestar as acusações, porém o governo dos EUA demonstrou firmeza em suas preocupações e restrições de segurança nacional, especialmente contra empresas com sede ou fortes laços com países como Rússia e China.
“A Rússia demonstrou ter a capacidade, e ainda mais do que isso, a intenção de explorar empresas russas como a Kaspersky para coletar e usar de forma prejudicial as informações pessoais dos americanos”, disse Gina Raimondo, secretária de comércio dos EUA, em uma chamada com repórteres na época.
Após a proibição entrar em vigor, a Kaspersky não poderá vender seu software diretamente aos consumidores dos EUA ou através de revendedores no país. A partir de 29 de setembro, também não poderá mais fornecer atualizações de software ou segurança aos clientes do país, o que diminuirá a eficácia da proteção do software antivírus. Os produtos antivírus, por padrão, possuem acesso considerável aos dispositivos onde estão instalados, permitindo a identificação de ameaças cibernéticas maliciosas, bem como o acesso a dados sensíveis.
O Departamento do Tesouro dos EUA também impôs sanções a altos executivos da Kaspersky, restringindo pagamentos e transações de clientes americanos com a empresa e quaisquer futuras entidades lideradas por esses executivos. Notavelmente, Eugene Kaspersky, CEO da empresa, não foi alvo dessas medidas restritivas.
O governo dos EUA tem agido firmemente contra a Kaspersky desde 2017, quando o governo Trump proibiu o uso do seu software em todas as agências federais após um incidente de segurança envolvendo hackers russos e informações classificadas dos EUA.
*Com informações do TechCrunch
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