Indústria de semicondutores pede flexibilidade à UE para investimentos externos
A SEMI Europe, uma iassociação da indústria de semicondutores que representa cerca de 300 empresas e instituições da Europa, solicitou à União Europeia que minimize as restrições aos investimentos externos em tecnologia de chips. O apelo foi feito em resposta às propostas da União Europeia para avaliar investimentos europeus em empresas estrangeiras de semicondutores, inteligência artificial (IA) e biotecnologia.
“Empresas europeias de semicondutores devem ter a liberdade necessária para tomar decisões de investimento sem comprometer sua agilidade e relevância no mercado global”, afirmou a SEMI Europe em um comunicado em resposta à Estratégia Europeia de Segurança Econômica. A organização também apresentou recomendações detalhadas sobre investimentos externos, ressaltando a necessidade de que os formuladores de políticas avaliem essas sugestões com atenção.
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As recomendações da associação, que inclui organizações como ASML, ASM, Infineon, STMicroelectronics, NXP, CEA-Leti e Fraunhofer, destacam a importância de a Comissão Europeia adotar uma abordagem favorável à segurança econômica. A associação argumenta que é essencial reconhecer o papel vital dos investimentos transfronteiriços para a operação e prosperidade da indústria de semicondutores na Europa, a fim de assegurar que as empresas do setor mantenham alta agilidade e acesso global ao mercado.
Em destaque, a Associação recomenda que a UE garanta liberdade nas decisões de investimento para manter a agilidade das empresas; adote uma abordagem de risco para avaliar transações que possam levar a vazamentos de tecnologia; esclareça como as medidas afetarão investimentos e relações com subsidiárias fora da UE; desenvolva uma estratégia de investimentos externos que aumente a segurança econômica com consultas apropriadas; e maximize os benefícios da cadeia de suprimentos para promover a competição e a colaboração internacional.
Atualmente, a União Europeia está analisando a possibilidade de implementar medidas para monitorar investimentos externos em setores críticos, com uma decisão final esperada somente para 2025. Esse movimento segue uma tendência similar observada nos Estados Unidos, onde foram propostas regras para restringir investimentos em tecnologias na China que possam comprometer a segurança nacional americana.
A UE também está desenvolvendo uma legislação para revisar investimentos internos de capital estrangeiro que possam representar riscos à segurança, incluindo aquisições de portos europeus, usinas nucleares e tecnologias sensíveis.
“Dentro do nosso ecossistema industrial, os investimentos de saída são considerados pela grande maioria dos membros da SEMI como essenciais para escalar a produção, expandir capacidades, acessar mercados emergentes e se envolver em parcerias inovadoras”, disse Laith Altimime, presidente da SEMI Europe, destacando o papel crucial dos investimentos internacionais para a indústria europeia de semicondutores.
A SEMI Europe acredita que as políticas sugeridas pela União Europeia são muito abrangentes e podem obrigar as empresas a revelar informações comerciais confidenciais, o que poderia afetar negativamente a colaboração internacional em pesquisa e desenvolvimento.
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