‘A mulher não se sente representada nem por outra mulher’, diz promotora de Justiça especialista em violência doméstica

No programa ‘Mulheres Positivas‘ desta semana, Fabi Saad recebeu a delegada Raquel Gallinati e a promotora de Justiça, Estefânia Paulin, para debater sobre a conquista do voto feminino no Brasil e no mundo. O trio falou sobre carreira, os desafios da mulher na vida pública e as conquistas que elas tiveram. Questionada sobre números, a promotora repassou rapidamente a falta de representatividade nas eleições brasileiras. “Nós sabemos que, a nossa cultura, em alguns Estados, os maridos impedem as mulheres de votar. Tivemos abstenção de 43% de voto feminino no último Censo, de 2018, incluindo votos nulos e brancos. Para mim significa que a mulher não se sente representada nem por outra mulher. Por que, se formos pensar, o direito ao voto não é só votar, é ser votada. Então no direito ao voto estamos indo muito bem, mas o direito a ser votada precisamos melhorar. Existem muitas leis que obrigam os partidos a trazerem mulheres candidatas se não perdem dinheiro, mas o que eles fazem? Chama uma mulher que não entende nada e não investe na propaganda. E a mulher vai se sentir representada por ela? Não, então nem a mulher vai votar em mulher. A representatividade feminina foi de 15% somente nessa última eleição”, explicou Estefânia. A delegada Gallinati lembrou que o primeiro país a liberar o voto feminino foi a Nova Zelândia e o último a Arábia Saudita, em 2015. “É uma situação em que o Brasil, neste aspecto, está evoluindo nos direitos das mulheres”, comentou.