Altineu Côrtes apoia intervenção federal, mas questiona afastamento de Ibaneis: ‘Situação excepcional’

Neste domingo, 8, manifestantes radicais, que estavam acampados no QG do Exército e protestam contra o resultado das eleições de 2022, invadiram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Os invasores, que se denominam patriotas, pedem a saída do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e até mesmo uma intervenção militar. Imagens mostraram atos de vandalismo no interior dos prédios dos três poderes, com gavetas reviradas, vidros quebrados e depredação do patrimônio público. Para falar sobre o ocorrido em Brasília, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Altineu Côrtes (PL), que apoiou a intervenção federal nas forças da segurança pública do DF, determinada pelo Governo Federal, mas ponderou que o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) é controverso: “Acredito que a maioria da bancada do PL também apoie essa intervenção federal, porque a gente não viu as forças de segurança do Distrito Federal funcionarem ontem e isso é um absurdo”.

“É a capital do país e expõe o Brasil a uma situação vexatória e isso é uma coisa que não dá para ter desculpa. Então, a intervenção federal feita pelo presidente da República tem o meu apoio pessoal e acredito que de muitos deputados do PL. Sobre a questão do afastamento do governador Ibaneis, é um assunto extremamente delicado. Acho que a legislação brasileira tem que ser modificada, porque afastar um governador monocraticamente é um assunto muito delicado. Agora, é um momento excepcional. Sinceramente vou te dizer que é um momento de dificuldade. Eu não tenho conhecimento, além do que a gente viu na televisão, de todos os fatos e bastidores que devem ter levado ao ministro Alexandre de Moraes ter essa atitude em uma decisão monocrática para afastar o governador Ibaneis. Mas imagino que ele deve ter conhecimento de fatos nos bastidores que talvez eu não tenha e a população não tenha. Agora, afastar um governador monocraticamente realmente é uma situação excepcional e muito delicada”, argumentou.

O parlamentar lamentou o ocorrido e condenou a ação dos manifestantes e ressaltou que, apesar dos membros do movimento serem apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Partido Liberal (PL) não teria envolvimento no ato: “Como brasileiro, é um sentimento de muita tristeza de ver isso acontecendo no Brasil. É lamentável. O nosso país é um país pacífico, a gente não pode tolerar esse tipo de vandalismo, essa estupidez, essa insensatez que aconteceu ontem por parte dos manifestantes que estiveram em Brasília. Defendo a punição severa de todos esses vândalos, esses marginais que invadiram o Congresso Nacional, invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. O PL não compactua com isso. O PL é um partido que tem muitos anos na sua formação. O PL é maior do que o Bolsonaro, o PL é maior do que qualquer um que passou pelo partido. A gente defende manifestações pacíficas, a gente defende a liberdade de expressão, a gente defende as pautas do nosso partido, as pautas da direita e da família. Mas, em hipótese alguma, a gente pode compactuar ou estar próximo de uma situação como essa”.

“Quem defende isso deve ser punido exemplarmente. Eu acho que houve uma falha gravíssima na segurança pública de Brasília ontem. Acho que a decisão do presidente Lula de intervenção na segurança pública de Brasília foi uma decisão acertada. Porque os culpados tem que ser punidos. Eu não entendi os manifestantes invadirem os poderes sem quase nenhuma resistência, ou nenhuma resistências. A gente não viu resistência a eles entrando no Supremo Tribunal Federal, no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Onde é que estava a polícia? Que inteligência de segurança pública teve ontem funcionando em Brasília? A gente defende punição exemplar para essa situação que realmente é lamentável acontecer no nosso país”, declarou.

Para Côrtes é importante distinguir as invasões e depredações com a atuação da oposição ao governo Lula no Congresso: “O nosso partido quer fazer uma oposição, mas uma oposição dentro da democracia, uma oposição responsável, não uma oposição que vai apoiar qualquer tipo de movimento radical e extremista. O PL é um partido de centro (…) Não podemos deixar misturar essas coisas porque aí sim, no outro lado, as pessoas querem aproveitar dessa situação e dessa baderna para envolver a oposição como se estivesse apoiando esse tipo de atitude. Nós não apoiamos isso, jamais apoiaremos e o PL não será palco de radicais e extremistas. Esses radicais e extremistas, e eu digo não deputados e senadores, mas qualquer membro do PL que esteja apoiando esse tipo de baderna e de manifestação pode procurar o sue caminho, porque aqui nós não daremos espaço a isso”. O deputado defendeu a investigação sobre o financiamento desses atos e exigiu a responsabilização dos criminosos.

“Se houve financiamento para essas ações, essas pessoas tem que ser exemplarmente punidas. Tem que identificar cada face que invadiu os bens públicos e que fizeram essa quebradeira que fizeram ontem. Esses marginais não podem ser confundidos com manifestantes que estão defendendo a liberdade, defendendo a família e estão protestando por decisões que eles acham que estejam acima da lei. Existem manifestantes do bem, pessoas do bem e essas não podem ser confundidas com os marginais que invadiram o bem público e protagonizaram essas imagens e essa ação que marcou o nosso país de forma lamentável ontem. Todos que participaram dessa ação como bandidos tem que ser punidos exemplarmente e terão apoio do PL para essa punição”, defendeu. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.