Sam Altman e Elon Musk disputam quem cria primeiro o superapp definitivo da vida das pessoas

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Sam Altman e Elon Musk disputam agora quem vai concluir primeiro o chamado “superapp”, plataforma única que integra redes sociais, finanças, entretenimento e outras funções essenciais da vida digital. Como mostrou reportagem de Alex Heath no The Verge, ambos estão construindo ecossistemas tecnológicos que vão muito além da inteligência artificial (IA).

Altman, CEO da OpenAI, apresentou recentemente em São Francisco, nos Estados Unidos, avanços de seu projeto Worldcoin, desta vez vestindo o chapéu de cofundador da Tools for Humanity.

A startup por trás da criptomoeda Worldcoin lançou oficialmente o aplicativo World nos Estados Unidos, uma carteira digital que também funciona como rede social e hub de miniaplicativos. A grande promessa? Construir uma alternativa ao X, a plataforma de Elon Musk.

Segundo The Verge, o World App já soma 26 milhões de usuários ativos mensais, sendo que 12 milhões deles passaram por verificação biométrica com os “orbs” da empresa, dispositivos que escaneiam os olhos e fornecem o chamado World ID, identidade digital baseada em blockchain. Dentro do app, os usuários podem trocar mensagens, enviar e receber criptomoedas e acessar serviços diversos oferecidos por parceiros, como a plataforma Kalshi.

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Musk é a transformação do X

Do outro lado da disputa, Musk segue avançando com a proposta de transformar o X em um centro de finanças digitais. Ainda este ano, a empresa planeja lançar funções semelhantes às do Venmo, em parceria com a Visa.

Curiosamente, a Tools for Humanity também anunciou, nesta semana, uma colaboração com a Visa. Trata-se de um cartão de débito nos EUA que permitirá transações com Worldcoin e recompensas para assinantes de IA, conforme relatado por Heath.

Mas a proposta de Altman tem uma camada a mais. A de combater o problema de bots e perfis falsos nas redes. Ele afirma que a autenticação humana por meio do World ID foi concebida muito antes da estreia do ChatGPT. “Já sabíamos que seria necessário um sistema de verificação para garantir que os humanos continuem sendo o centro das decisões na era da AGI [inteligência artificial geral]”, disse Altman, durante o evento da Tools for Humanity.

Alex Blania, CEO da startup, aproveitou a coletiva para criticar diretamente o X como um exemplo de plataforma prejudicada por bots e fraudes — algo que o próprio Musk prometeu resolver ao assumir o Twitter. Segundo Blania, os bots hoje são tão sofisticados que muitas vezes passam despercebidos, ao contrário dos golpes explícitos de criptomoedas do passado.

Durante o evento, circularam rumores sobre uma possível parceria entre a Tools for Humanity e a OpenAI para o desenvolvimento de uma rede social baseada em IA. Quando perguntado sobre isso, Blania não confirmou nem negou, mas afirmou estar “aberto à ideia”, sugerindo que novas colaborações podem surgir.

Meta também entra no jogo com app social de IA

Enquanto Altman e Musk competem pelo domínio do superapp, a Meta ensaia seus passos com o lançamento do app independente Meta AI. Apresentado durante o LlamaCon, primeiro evento de desenvolvedores de IA da empresa, o app permite interações com o assistente virtual da companhia e já planeja incluir anúncios e uma versão paga, segundo reportagem do The Verge.

Chris Cox, diretor de produto da Meta, explicou ao que a ideia é atender a diferentes perfis de uso. Desde interações rápidas dentro do Facebook ou Instagram, até usuários mais engajados que desejam uma experiência dedicada. O aplicativo, segundo ele, combina elementos sociais, voz expressiva com baixa latência e personalização profunda, inclusive com dados das redes da Meta.

“O Meta AI sabe que eu sou maratonista, que gosto de IA e que tipo de humor me agrada”, afirmou Cox. Isso, segundo ele, diferencia o aplicativo da concorrência ao oferecer respostas mais adaptadas ao perfil do usuário. Além disso, há um componente social forte: usuários estão compartilhando ilustrações e interações com IA, criando uma comunidade em torno dessas novas formas de expressão digital.

Questionado sobre o impacto do escândalo com os benchmarks do Llama 4, Cox foi direto e disparou: o que importa é a utilidade do produto para os usuários. “A avaliação que conta é se o produto é bom, ponto final.”

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