América Latina não está entre os early adopters de PCs de IA, avalia HP
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Não é nenhum segredo que os PCs embarcados com hardware voltado para operações de inteligência artificial, os chamados “AI PCs”, estão no topo da lista de prioridades dos maiores fabricantes do mundo. Em setembro de 2024, a consultoria de mercado Gartner apontou que os PCs embarcados com NPUs – ou “unidades de processamento neural” –, devem alcançar 43% de participação de mercado ainda este ano.
A expectativa é que as remessas destas máquinas cheguem a 114 milhões em 2025, um crescimento de 165,5% em relação ao ano anterior. Em 2026, diz o Gartner, eles serão a maior parte do mercado.
No mercado latino-americano e brasileiro, no entanto, esse “ponto de virada” ainda deve demorar um pouco mais. “Nós estamos vendo que a América Latina deve ser um adotante tardio, seja pela questão de preço ou até mesmo por ainda ter dúvida se realmente quer um PC de IA ou não”, disse Priscilla Duarte, gerente da categoria de Notebooks Corporativos e Periféricos da HP, em um encontro com a imprensa nesta quarta-feira (05).
Essa realidade se reflete no portfólio que a companhia trabalhará no mercado nacional neste ano. Enquanto a oferta de PCs de IA já está disponível em notebooks, desktops e workstations, através dos chamados “enhanced PCs” – com até 40 Tops (Tera Operations per Second) –, PCs tradicionais continuam sendo ofertados. Até o final do ano, a expectativa é lançar modelos IA de “próxima geração” – superiores a 40 Tops.
“Vai ser bastante interessante trabalhar com um produto que é desafiador, porque o mercado terá as três tecnologias disponíveis. Isso é difícil de planejar. Precisamos entender quem vai querer o tradicional, quem vai querer o ‘enhanced’, quem já vai querer o PC de IA completo”, pontua Marcelo Braz, gerente de Desktops Corporativos, Displays e Workstations.
Ao IT Forum, Braz aponta que a convivência entre as três plataformas deve acontecer ainda até 2026. Segundo ele, há uma série de fatores que ainda pesam na decisão de compra de companhias na hora de atualizar seus parques com PCs de IA, incluindo o potencial custo vs. benefícios em termos de ganho de produtividade.
Nesse sentido, pontua o executivo, o mercado ainda está entendendo quem serão os setores early adopters da tecnologia, estejam eles no nível de PMEs, enterprise ou até mesmo em governo. “O cliente se pergunta: ‘para mim, é vantajoso e necessário agora?’”, diz. “É uma questão de aprendizado”. A empresa não abre projetos de atualização de parque com PCs de IA no Brasil, mas, segundo Braz, eles já estão ocorrendo em fase de provas de conceito, e a expectativa é de aceleração em 2026.
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Outro motivo que ainda pesa é a preocupação com a segurança. “A partir do momento que você está trazendo a inteligência para dentro da sua máquina, você traz a personificação. De uma certa forma, você está criando uma cópia do usuário na máquina. Isso pode ser perigoso. Obviamente que é benéfico, porque vai te dar produtividade e agilidade, mas tem preocupações com questões de segurança”, explica.
Para combater as preocupações, a HP tem reforçado a mensagem de sua plataforma nativa de cibersegurança, a Wolf Security. O sistema atua como uma camada de segurança complementar a elementos como firewall e antivírus, agindo no nível da BIOS – a primeira camada de software de uma máquina. “A ideia é proteger o firmware, depois proteger os dados”, pontua Marcio Ishikawa, consultor técnico de pré-venda da HP.
Além do segmento de PCs, a estratégia de IA da HP também se estende também ao seu negócio de impressão. Através de sua unidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que atua também no Brasil, a empresa tem trabalhado em aplicações que otimizam a interação entre conteúdos online de impressoras.
Um exemplo é a Perfect Output, aplicação para navegadores de emprega IA para “limpar” o visual de páginas da web para melhorá-las para impressão – seja removendo publicidade ou até organizando imagens no corpo do texto. O projeto está em beta nos Estados Unidos, mas será expandido para outros países.
A abordagem também se estende a outras empresas do ecossistema HP, como a Poly. Comprada em 2022 pela organização, a companhia de soluções de trabalho híbrido atua hoje em ferramentas como a Poly Pro Camera, que usa a NPU de dispositivos para melhorar o visual, incluindo enquadramento automático do falante, em chamadas no Teams, Zoom e Google Meets. A ferramenta deve ser lançada até o final deste ano.
Brasil é otimista com PCs de IA
Ainda que o setor brasileiro de PCs de IA ainda deva demorar alguns anos para alcançar o estágio de mercado mais maduros, a HP vê a chegada do produto com otimismo ao país. A organização realizou um estudo com mil adultos brasileiros, de faixa etária de 18 a mais de 55 anos, em novembro do ano passado para entender como os consumidores nacionais veem a tecnologia.
A pesquisa mostrou que 51% dos respondentes acreditam que os PCs com IA terão um “grande impacto” positivo no equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Outros 34% esperam algum impacto positivo, enquanto apenas 12% consideram o impacto neutro e 3% acreditam que o impacto será baixo ou inexistente. Entre os impactos positivos citados estão as capacidades de personalização, facilidade de uso, segurança e privacidade, e a automação de tarefas repetitivas.
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