Americanas prevê aporte de R$ 10 bilhões em plano de recuperação judicial

A Americanas S.A entregou seu plano de recuperação judicial em que detalha ações para dar conta do rombo de R$ 43 bilhões em dívidas admitidos em janeiro deste ano. O documento foi entregue e protocolado na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro na noite de segunda-feira (20).

Segundo fato relevante divulgado pela empresa, o plano prevê aporte de R$ 10 bilhões a ser feito pelo trio de acionistas de referência da empresa: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O documento também propõe a venda da rede Hortifruti Natural da Terra (dona de 16 lojas em São Paulo); a venda da participação no Grupo UniCo, dono das marcas Imaginarium e Puket; e a venda da aeronave da companhia avaliada em mais de R$ 40 milhões.

Outra proposta presente no plano da empresa para o pagamento de credores é a emissão de debêntures simples, que são títulos de dívida, no valor de até R$ 5,9 bilhões. A empresa também pretende emitir debêntures conversíveis em ações.

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Para os credores financeiros, a proposta da Americanas prevê recompra de dívida por parte da companhia, através de um “leilão reverso” e também compra direta, além da conversão de dívidas financeiras, parte em capital e parte em dívidas repactuadas. Entretanto, segundo informações da Folha de S.Paulo, a proposta do “leilão reverso voluntário”, sugere que o pagamento será feito a credores que toparem um desconto de ao menos 70% no valor da dívida.

A empresa reserva até R$ 2,5 bilhões (dentro da capitalização de R$ 10 bilhões) e oferece pagamento máximo de 30% da dívida aos credores. Aqueles que não concordarem em participar do leilão reverso, podem receber sua dívida, em uma única parcela, em março de 2043, com um desconto de 80% do valor total.

A Americanas informa que o plano apresentado tem como objetivos principais a manutenção do negócio com geração de valor e o equacionamento da nova estrutura de capital.

Em comunicado à imprensa, Leonardo Coelho, que assumiu como CEO da Americanas S.A. em fevereiro para liderar o processo de Recuperação Judicial em conjunto com a CFO Camille Faria, defende que o plano apresentado “confirma que a companhia continua operacionalmente viável apesar da dívida e, com a reestruturação prevista no plano, terá também níveis de alavancagem compatíveis com o mercado”.

O plano apresentado na noite de segunda-feira é uma primeira versão e ainda deve ser homolada pela Justiça. Assim, o documento pode ainda sofrer revisões e ajustes.