Após atentado, Trump amplia vantagem na eleição dos EUA

O atentado sofrido por Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos pelo partido republicano, ampliou a vantagem dele em relação a Joe Biden, candidato democrata. Com o cenário atual se mantendo, Trump deverá ser o novo presidente norte-americano. A pergunta é: como isso impacta o agronegócio? Há várias formas de olhar essa mesma pergunta, uma delas é pela ótica do comércio. No plano de governo de Donald Trump, ele fala na lógica do “olho por olho, tarifa por tarifa”. E acrescenta o plano de revogar o estatuto de nação mais favorecida da China. O que na prática nos dá sinais de uma intensificação da Guerra Comercial, quando os Estados Unidos impuseram tarifas à China e impactaram, também, o comércio agrícola.

Na época, entre 2016 e 2018, é possível observar neste gráfico, que as exportações brasileiras de soja para a China cresceram ao redor de US$ 12 bilhões, enquanto a dos Estados Unidos despencaram nesta mesma proporção. Um sintoma claro de que a demanda da China saiu dos Estados Unidos para o Brasil. Isso favoreceu a formação de preço da commodity ao produtor rural, que comemorou o bom momento para a soja. É esperado, no entanto, que numa reedição da Guerra Comercial, Trump tente proteger os interesses do seu eleitorado da área rural e negocie termos de exportação agrícola para impedir a perda de mercado para os concorrentes, como o Brasil.

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Na plataforma de governo, Trump ainda aponta ambições na geopolítica de manter os EUA fora de guerras estrangeiras desnecessárias, numa sinalização que pode impactar o fim de financiamentos à Ucrânia e um novo desdobramento para o conflito Rússia e Ucrânia. A depender de como isso terminar, o trigo, o milho, os fertilizantes e o diesel podem ser impactados dada a relevância que os países têm nesses mercados. O republicano ainda fala em eliminar o acordo verde, dando uma direção de menores regulações ambientais, que se colocadas em práticas, podem tornar o agro norte-americano mais competitivo.

Os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil e também um concorrente importante no mercado agrícola, em produtos como grãos, algodão, carnes e outros. A política econômica e agrícola do novo presidente é tema de grande interesse para o agronegócio brasileiro pelos potenciais impactos que trazem desde a formação de preço até a disputa por grandes mercados consumidores. Na convenção do partido republicado, a escolha do vice, JD Vance, agradou os fazendeiros de lá que o consideram um amigo da agricultura.