Ativista detido por tentar furar bloqueio à Faixa de Gaza é liberado para voltar ao Brasil; Israel provoca: ‘Bye-bye’

O ativista brasileiro Thiago Ávila foi deportado de Israel nesta quinta-feira (12) e está a caminho do Brasil, após ser preso por integrar uma missão humanitária que tentou furar o bloqueio imposto por Tel Aviv à Faixa de Gaza. Ele deve desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, às 5h25 da manhã desta sexta-feira (13), com escala em Madri, na Espanha. Ávila foi detido no domingo (8), junto com outros 11 ativistas, após a interceptação da “Flotilha da Liberdade” pela Marinha israelense.

A embarcação partiu da Itália em 1º de junho com destino a Gaza, levando uma carga simbólica de ajuda humanitária. A ação foi organizada pela coalizão internacional Freedom Flotilla. Entre os ativistas estavam a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan. Quatro participantes, incluindo Thunberg, foram liberados no início da semana após assinarem termos de deportação. Ávila e outros sete ativistas se recusaram a assinar os documentos, por considerarem ilegítima a acusação de entrada ilegal em Israel. Em protesto, o brasileiro iniciou uma greve de fome e água e foi colocado em uma cela isolada.

Na quarta-feira (11), familiares informaram que ele havia sido transferido para uma solitária. Segundo eles, a deportação só foi aceita após a apresentação de novos termos legais por parte das autoridades israelenses. Em tom provocativo, o governo de Israel confirmou nas redes sociais a saída do grupo: “Bye-bye (tchau, tchau, em tradução livre) e não se esqueçam de tirar uma selfie antes de partir”, escreveu, chamando o barco de “Iate da Selfie”. A iniciativa dos ativistas foi criticada por Israel, que a classificou como uma “provocação midiática”. Já os organizadores da missão afirmam que o objetivo era chamar a atenção internacional para a crise humanitária na Faixa de Gaza.

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O bloqueio ao território palestino foi intensificado desde o início da guerra, em outubro de 2023. Segundo a ONU, entre março e maio deste ano, Gaza chegou a ficar 11 semanas sem receber qualquer ajuda humanitária. Um levantamento recente da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC) aponta que 100% da população local está em risco de insegurança alimentar, com mais de 20% em situação de fome catastrófica.

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Com mais de 800 mil seguidores nas redes sociais, Thiago Ávila atua em causas relacionadas à Palestina, justiça social e mudanças climáticas. Ele já participou de missões internacionais em Cuba, Líbano e Irã, onde esteve na Cúpula Internacional sobre Gaza, em 2024, a convite da embaixada iraniana no Brasil.

Veja o post do governo israelense

 

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Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA