ISH Tecnologia alerta para aumento do hacktivismo em meio a guerra entre Israel e Hamas
Um novo relatório da ISH Tecnologia alertou para o aumento do hacktivismo no contexto da guerra entre Israel e o Hamas e que outros países, além dos envolvidos no conflito diretamente, podem também ser afetados.
“O conceito de hacktivismo torna-se cada vez mais importante para entender os riscos que as guerras também causam aos dados de empresas e usuários”, destacou a empresa em seu relatório. O hacktivismo consiste no uso de conhecimentos de hacking com motivações políticas, sociais e/ou ideológicas para atingir organizações e países ligados a um dos lados de determinado conflito.
A ISH Tecnologia afirma que um mapeamento realizado pela empresa identificou a existência de mais de 45 grupos pró-Hamas (muitos deles afiliados também à Rússia), que declararam ativamente seu apoio por meio de redes sociais como o X (Twitter) e o Telegram. São grupos que se mostram capazes de executar ataques como DDoS (ataque de negação de serviço), defacement (modificação da página de um site na internet), roubo e exfiltração de dados (banco de dados, credenciais) e a venda de acessos iniciais para outros grupos criminosos, que podem ser utilizados para implantação de ameaças como ransomwares e malwares.
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Caique Barqueta, Especialista em Inteligência de Ameaças da ISH, explica que o hacktivismo se torna mais perigoso pela dificuldade de se rastrear sua origem: “ainda mais oriundo de motivações políticas, um ciberataque desse tipo pode vir de qualquer um e qualquer lugar, seja uma única pessoa com conhecimento suficiente, um grupo criminoso ou mesmo um ataque inteiramente planejado por uma nação.”
A ISH também revela que, além dos grupos que se encontram apoiando o Hamas, é possível identificar grupos de hacktivistas que estão apoiando constantemente Israel, como o caso do grupo Team UCC, que realiza o ataque a diversos sites de países que apoiam o Hamas.
“Concluímos, desta forma, que os dois lados do referido conflito possuem hacktivistas que realizam ataques visando prejudicar, seja as organizações ou o funcionamento de órgãos governamentais, resultando em uma propagação de caos cibernético”, afirma a ISH.
O Brasil também pode estar na mira dos hackitivistas. Um levantamento feito em parceria entre ISH e SafeLabs revela que o grupo conhecido como “IRoX Team”, pró-Palestina, anunciou uma guerra cibernética contra Israel e seus apoiadores, com o objetivo de perturbar a presença online e as atividades de países e organizações teoricamente ligados a Israel. Entre os países citados nas datas divulgadas está o Brasil, em um ataque planejado para o último dia 20 de outubro. No entanto, a ISH ressalta que nenhum ataque em grande escala foi detectado pela empresa na data.
Barqueta afirma que a mera menção ao nosso país como um potencial alvo já deve servir de alerta para as empresas redobrarem seus cuidados. “Estamos falando de ataques potencialmente massivos, que visam destruir completamente a reputação de uma companhia e/ou torná-la inoperante até o pagamento dos valores de resgate, que certamente serão altíssimos. A incerteza política que envolve o conflito não deve basear uma postura de aguardar eventuais ameaças, muito pelo contrário – é fundamental estar preparado e saber lidar com todos os possíveis vetores de entrada de um criminoso.”
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