AWS rompe barreira do idioma e libera Amazon Q Developer em português

Srini Iragavarapu, diretor de aplicações de IA generativa e experiência do desenvolvedor da AWS.

A Amazon Web Services (AWS) anunciou nesta terça-feira (9) que o Amazon Q Developer, seu assistente de desenvolvimento com inteligência artificial generativa (GenAI), agora oferece suporte a idiomas adicionais, incluindo português. A novidade promete transformar a rotina de milhares de desenvolvedores no Brasil, que poderão codificar, projetar, documentar e tirar dúvidas técnicas usando linguagem natural em seu idioma

Embora o inglês ainda seja considerado a língua franca da programação, a AWS aposta que essa realidade está mudando. “Nosso objetivo é quebrar barreiras, inclusive linguísticas, para que desenvolvedores possam focar naquilo que realmente importa: a solução criativa de problemas”, explica ao IT Forum, Srini Iragavarapu, diretor de aplicações de IA generativa e experiência do desenvolvedor da AWS.

Com o novo suporte multilíngue, o Amazon Q Developer permite que os usuários conversem com a IA generativa naturalmente em português para resolver problemas técnicos, discutir arquitetura de sistemas, gerar documentação ou desenhar interfaces de usuário. “Antes, era preciso perguntar em inglês e receber respostas em inglês. Agora, os desenvolvedores podem interagir diretamente em português e obter respostas precisas, com nuances linguísticas respeitadas e sem perda de qualidade técnica”, reforça Srini.

Além do português, a ferramenta passa a atender usuários em espanhol, francês, árabe, alemão, hindi, italiano, japonês, coreano e mandarim – com disponibilidade tanto no plano gratuito quanto no Pro.

Desenvolvedores fora do eixo anglófono

Segundo a IDC, os países com as maiores populações de desenvolvedores não têm o inglês como idioma nativo. São eles: China, Índia, EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Brasil, Itália, Rússia e Espanha. Segundo o executivo, portanto, habilitar ferramentas como o Amazon Q Developer para múltiplos idiomas é mais do que uma conveniência: é um passo estratégico para a democratização do desenvolvimento com IA em escala global.

O executivo aponta que mesmo com poucos dias em outros idiomas, a AWS já observa impactos concretos. A Novacomp, da Costa Rica, conseguiu atualizar um projeto de Java 8 para Java 17 com mais de 10 mil linhas de código em minutos, e não em duas semanas. O resultado foi uma redução média de 60% nas contas de tecnologia.

No México, a XalDigital integrou 12 desenvolvedores com diferentes níveis de experiência em quatro projetos existentes em apenas uma semana, graças à assistência do Amazon Q Developer.

Na América Latina, a parceira da AWS Pragma também vem colhendo resultados expressivos. Nicolas Archila, diretor de inovação tecnológica da Pragma, revela que houve a migração de microsserviços do Java 8 para o Java 17 usando o Amazon Q Code Transformation, reduzindo de três dias para entre 20 e 60 minutos o tempo necessário para modernizar cada serviço.

Outra parceira na região, a IVCISA, especializada em dados e IA generativa, refatorou sua aplicação MyCloud em menos de duas semanas com o apoio do Amazon Q Developer.

Produtividade e criatividade como prioridade

A atualização do Amazon Q Developer reflete uma tendência do salto da programação em linguagem natural. De acordo com a IDC, até 2028, 70% das novas soluções digitais devem incorporar esse tipo de interface. O impacto vai além da linguagem. “Estamos diante de uma mudança de paradigma na forma como desenvolvedores pensam e resolvem problemas”, aponta o executivo. “Com o suporte multilíngue, vimos casos de ganho de até 80% na velocidade de desenvolvimento em tarefas específicas”, revela Srini.

O Amazon Q Developer combina uma infraestrutura robusta e escalável, o Amazon Bedrock com modelos como LLaMA, e uma camada de inteligência construída com base em anos de experiência da AWS com software corporativo. A ferramenta mantém precisão técnica, adapta-se às nuances linguísticas e sugere perguntas de acompanhamento no idioma do usuário, tornando a jornada do desenvolvedor muito mais fluida.

Para a AWS, essa evolução representa mais do que um avanço técnico, é um marco no empoderamento global dos desenvolvedores. “Mesmo quando falam inglês em reuniões, os profissionais ainda se comunicam entre si em seus idiomas nativos. As pessoas pensam melhor, criam melhor e colaboram melhor quando estão em sua zona de conforto linguística”, finaliza Srini.

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