Bluecyber: PMEs têm percalços para contratar seguros cibernéticos
Eduardo Rocha, CEO e cofundador da Bluecyber, sempre teve uma veia empreendedora e começou sua carreira na área de finanças. Mas, a chegada da Internet em 1996, fez com que o “bichinho” da tecnologia o picasse. Ele então criou um provedor de Internet no Brasil – seu primeiro empreendimento no setor. Depois, vieram um segundo e terceiro negócios.
Até que a pandemia chegou e ele percebeu que as discussões em torno da LGPD eram latentes, mas que os seguros cibernéticos ainda eram engessados e pouco andavam. Até hoje, é um mercado com muitos desafios e poucas empresas conseguem, de fato, contratar uma seguradora.
Por outro lado, entre as PMEs, ao fazer uma pesquisa de mercado, Rocha perguntou ‘como a sua empresa está preparada financeira para um impacto de ataque cibernético’ e descobriu que 70% diziam não ser alvo, ou seja, precisavam se conscientizar; 23% sabiam que tinham problema, mas não sabiam como se proteger financeiramente; e 7% diziam saber o que são seguros cibernéticos, mas não o contratavam.
Entre os principais motivos para a não contratação, estavam empresas que não encontraram corretores ou que os corretores não explicavam tão bem os seguros. Também têm as companhias que preencheram diversos formulários, mas não foram aprovadas, não tiveram respostas ou tinham preços absurdos.
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Dessa percepção, surge a Bluecyber – uma Managing General Agent (MGA), ou seja, uma empresa de seguros cibernéticos que desenvolve produtos com base nas necessidades do mercado.
“Para você resolver o desafio, você não resolve como corretor. E não teria como criar uma seguradora. Era preciso um meio do caminho. Em outros países você tem um outro participante da cadeia de seguros, que é o MGA. Essa empresa normalmente é um corretor especializado, que sabe que as seguradoras não conseguem criar um produto específico. Essa empresa, então, monta um produto busca uma resseguradora”, explica Rocha.
Em resumo, o executivo buscou a resseguradora para mostrar que o negócio funciona, e foi atrás de uma seguradora para registrar a apólice. Dessa forma, o MGA cria um produto próprio com a emissão da apólice de uma seguradora parceira.
“As poucas PMEs que conseguiram contratar um seguro, compraram um sapato 45, calçando 36. Vai dar ruim. Pagou mais caro, o sapato vai escapar, vai criar calo, vai machucar. Provavelmente ela vai parar de usar. E esse é o problema. O que começamos a desenvolver foram produtos específicos para esse cluster de clientes de 1 a 50 funcionários, entendendo os problemas deles”, revela Rocha.
O primeiro problema deles é que eles têm clientes grandes que exigem uma contratação de responsabilização caso os sistemas deles sejam atacados por meio da PME. Mas, se houver um incidente, eles não sabem para quem ligar.
A Bluecyber criou produtos específicos para esse público, como um seguro de vazamento de dados. Além de coberturas de risco jurídico, suporte e indenização. “As grandes corretoras têm uma cobertura de lucros cessantes. Mas como calcular o lucro cessante de uma PME? A gente criou uma cobertura de perda de faturamento, em que você paga uma diária”, exemplifica Rocha.
A jornada dos clientes é 100% digital. Com quatro perguntas, independente do tamanho da empresa, a Bluecyber dá o valor e a companhia interessada pode contratar o seguro – diminuindo o atrito inicial de longos procedimentos e formulários.
No início do ano, a Bluecyber recebeu um aporte de R$ 7 milhões das gestoras de venture capital Invisto.com.br e Bossa Invest, além de investidores estratégicos do mercado secundário. Com esse investimento, a Bluecyber adquiriu a Ismac, startup de Managed Detection and Response.
Com a aquisição, agora a Bluecyber poderá oferecer a empresas de todos os tamanhos e setores acesso a sua plataforma de segurança da informação personalizável. Já o aporte recebido possibilita a ampliação das equipes de tecnologia e comercial, além de incrementar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
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